Banco Master: suspeitos deixam a prisão; veja atualizações do caso
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Dois investigados na Operação Compliance Zero deixaram a custódia da Polícia Federal em São Paulo na noite de quinta-feira (20). Henrique Souza e Silva Peretto, CEO da fintech Cartos, e André Felipe de Oliveira Seixas Maia, ex-funcionário do Banco Master e diretor da Tirreno, estavam sob prisão temporária desde terça-feira (18).
Com o término do prazo legal, ambos foram liberados e, segundo representantes legais, pretendem analisar a documentação do processo para definir os próximos encaminhamentos.
Peretto, responsável pelo aporte do capital social da Tirreno e proprietário da empresa, e Seixas Maia, que também é sócio da Cartos, negam participação em práticas irregulares. A investigação segue em curso.
Enquanto isso, a Polícia Federal mantém sob prisão preventiva cinco investigados considerados peças centrais nas apurações. Entre eles está o empresário Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master. Permanecem detidos também:
- Augusto Ferreira Lima, ex-CEO e tesoureiro;
- Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, ex-sócio da instituição;
- Luiz Antônio Bull, diretor responsável pelas áreas de Riscos, Compliance, Recursos Humanos, Operações e Tecnologia;
- Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria.
A Operação Compliance Zero, deflagrada na segunda-feira (17), investiga suposta emissão de títulos de créditos falsos pelo Banco Master e possíveis irregularidades relacionadas à tentativa de venda da instituição ao Banco de Brasília (BRB), estatal vinculada ao governo do Distrito Federal.
Impactos da liquidação do Banco Master
A liquidação extrajudicial do Banco Master, decretada pelo Banco Central na terça-feira (18), ampliou as repercussões do caso para trabalhadores e clientes da instituição.
Em comunicado, o sindicato que representa os funcionários afirmou monitorar a situação e reforçou que busca informações completas para assegurar o cumprimento integral da Convenção Coletiva de Trabalho e demais normas aplicáveis.
A entidade destacou ainda a expectativa de que eventuais medidas adotadas durante o processo de liquidação preservem os postos de trabalho, argumentando que empregados não devem ser responsabilizados por decisões tomadas pela gestão do banco.
A decisão do Banco Central ocorreu no contexto da Operação Compliance Zero, que apura a suposta criação de títulos de crédito falsos. A partir dessa investigação, o controlador do banco, Daniel Vorcaro, foi preso na noite de segunda-feira (17) no Aeroporto de Guarulhos.
As apurações também levaram ao afastamento temporário da alta cúpula do BRB, incluindo seu presidente, Paulo Henrique Costa, e o diretor de Finanças e Controladoria, Dario Oswaldo Garcia Junior, por determinação judicial. O banco estatal havia anunciado em março a intenção de adquirir o Banco Master por aproximadamente R$ 2 bilhões, operação que não recebeu aval do Banco Central.