Banco Inter (BIDI4) e Yduqs (YDUQ3) despencam mais de 12% e são maiores quedas do Ibovespa; veja lista

Fechando a semana com um pregão a menos por conta do feriado de Páscoa, o Ibovespa saiu de 118.322,26 pontos para 116.181,61 pontos, em baixa de 1,8%. Com a tendência vendedora do mercado, o dólar em queda e as projeções para os juros subindo, as maiores quedas da seman foram da Yudqs (YDUQ3) da BRF (BRFS3) e do Banco Inter (BIDI11).

No caso do Banco Inter, a companhia figura como a terceira maior maior queda do Ibovespa após uma forte desvalorização das suas ações por conta da prévia operacional.

Além disso, o cenário de juros e inflação tem afetado a percepção dos investidores acerca do mercado, penalizando especialmente companhias que tenham resultados operacionais vinculados a esses indicadores.

A semana, de um modo geral, vai na contramão da tendência das anteriores, já que foi vista uma valorização da das ações do Ibovespa por conta da entrada de investimento externo no mercado brasileiro – mesmo motivo pelo qual o dólar encontra-se na faixa dos R$ 4,70.

Confira as 5 ações que mais caíram na semana no Ibovespa

Yduqs puxa baixa das educacionais

Somente na quinta (14) a companhia teve baixa de 7%, seguindo uma tendência de baixa. As ações ordinárias da Yduqs, as YDUQ3, caem 13% desde o início do ano e mais de 46% nos últimos 12 meses.

Essa desvalorização é justificada, nesta semana, em grande parte pela mudança drástica nas taxas dos títulos americanos e da curva de juros futuros.

Na máxima, a curva de juros lida com uma postura cada vez mais Hawkish do Federal Reserve (Fed), e sinaliza um futuro não tão promissor para companhias que possuem um volume de dívida ou alavancagem elevado – como é o caso de educacionais e empresas de tecnologia de um modo geral.

BRF e Marfrig puxam baixa dos frigoríficos

No caso da BRF, a companhia lida com a produção de aves e suínos pressionada em termos operacionais, considerando problemas logísticos recentes.

Contudo, tanto a BRF quanto a Marfrig tem grande parte de suas perdas atreladas ao câmbio.

Com o dólar em queda e na faixa dos R$ 4,70, a expectativa é de que ambas tenham um resultado financeiro pior do que era projetado, já que parte de suas receitas é proveniente de exportações e negócios em solo americano.

Banco Inter despenca com prévia

Somente em um pregão as ações do Banco Inter fecharam em queda de mais de 8,5%. Com alta volatilidade, as units BIDI11 sangraram após o mercado tomar conhecimento da prévia operacional do banco.

Segundo o documento do banco, arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia mostrou um aumento de 82% na base de clientes no 1T22, se comparados os dados com o 1T21.

Mas apesar desse crescimento, a maioria dos analistas enxerga um crescimento ainda fraco, além da desaceleração na originação de crédito e no volume transacionado em cartões.

Os analistas do Itaú BBA comentaram que a fintech enfrenta uma ‘deterioração de crédito’.

“Os números apresentados pelo Inter em sua prévia operacional mostram que a fintech continua seu plano de expansão, com abertura de novas contas em ritmo acelerado, porém voltando a mostrar dificuldades na monetização desses clientes. Com isso, esperamos um impacto negativo nas ações da plataforma no Curto Prazo”, destaca o BBA.

Rede D’Or segue em queda após 4T21

Com divulgação do seu balanço no fim de março, a companhia simplesmente seguiu pressionada por um mercado vendedor. A companhia registrou lucro líquido de R$ 419,5 milhões no 4T21 – o que representa um crescimento de 38,5% em ao 4T20.

Já o lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Rede D’Or cresceu 12,5% no último trimestre do ano passado, totalizando R$ 1,285 bilhão.

Com o balanço, o mercado mais vendeu os papéis do que comprou, ocasionando baixa de 9% na semana. Nesse contexto, contudo, alguns analistas ainda veem folga para upside e possibilidade de lucro, vendo ações descontadas.

“As receitas aumentaram 23% devido principalmente a um aumento acentuado no número de leitos hospitalares, mas com ticket médio estável”, disse a XP Investimentos, em relatório.

Segundo análise da corretora, a companhia de saúde apresentou resultados positivos no quarto trimestre de 2021, de um modo geral. Vendo os números, a XP mantém a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 88,00 – cifra que representa um upside (valorização) de cerca de 70,9% nos papéis.

Do Banco Inter à Rede D’Or, essas foram as maiores quedas do Ibovespa na semana.

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Eduardo Vargas

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