Banco do Brasil (BBAS3) é a ação mais barata do setor, diz Santander
O Santander divulgou sua nova carteira recomendada de dividendos para o mês de outubro, e as ações do Banco do Brasil (BBAS3) figuram na lista. Entre os destaques do relatório, a casa afirma que o papel é o mais barato entre o setor dos bancos.
O Santander tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 42,50 para as ações do Banco do Brasil. Apesar do BBAS3 não ser a top pick da casa do setor, a visão positiva se baseia principalmente nos seguintes pilares:
- Ampla presença física;
- Carteira de crédito lastreada em operações de agronegócio;
- Estrutura de captação mais barata;
- Gestão de fundos do setor público com taxas atrativas;
- Principal banco do governo para deals
“O Banco do Brasil está atualmente negociando a um múltiplo P/VPA de 0,76x, abaixo do árduo período de 2015-16, momento em que o ROE atingiu o patamar de 7,5% (2016). Em termos comparativos, o ROE do BB no 2T24 foi de 21,6%. Dessa forma, por muito que compreendamos o risco político por ser uma companhia estatal, acreditamos que ainda existe um risco assimétrico para cima em seu valuation”, diz o relatório.
Os analistas afirmam também que, entre 2022 e 2023, o banco fechou o gap de rentabilidade com os pares privados. Agora, acreditam que o próximo passo é estreitar o gap de valuation.
“É importante ressaltar que, mesmo em caso de piora do cenário macroeconômico, acreditamos que o Banco do Brasil esteja em uma posição melhor, dada a sua exposição ao setor do agronegócio, que sustentou o PIB brasileiro nas últimas décadas. Isso também deve ser positivo quando se considera a qualidade dos ativos (inadimplência), que esperamos ser controlado ao longo de 2024”, diz a casa.
Além disso, o Santander afirma acreditar que o risco de interferência política no banco é menos do que o mercado considera, “dada a melhoria dos padrões de governança corporativa“.
Assim, entre os principais direcionadores para as ações BBAS3, o Santander cita:
- Manutenção do bom momento de lucros visto em 2023 ao longo de 2024 (a casa espera crescimento de lucro por ação do BB de 11% a/a para 2024);
- Valuation atraente: os analistas enxergam o Banco do Brasil negociando a 3,7x P/L (2025E), atualmente a ação mais barata do setor de bancos;
- Crescimento na concessão de crédito;
- Retomada da economia mais rápida que o esperado
Já entre os principais riscos para o Banco do Brasil, a casa destaca:
- Potencial enfraquecimento da economia brasileira devido aos elevados índices de endividamento das famílias no país, impactando crescimento do crédito do sistema e, consequentemente, o potencial de volume do Banco do Brasil;
- Cenário macroeconômico se deteriorando materialmente, fazendo com que as taxas de inadimplência superem a expectativa de retorno aos níveis pré-COVID;
- Ameaça competitiva acima do previsto pelo impacto das fintechs. Ou seja: indo além das taxas e afetando as concessões de crédito.
Além do Banco do Brasil, a carteira de dividendos do Santander também conta com Vale (VALE3), Copel (CPLE6), Cury (CURY3), Eletrobras (ELET6), Itaú Unibanco (ITUB4), Petrobras (PETR3), Santos Brasil (STBP3), Telefônica (VIVT3) e Vibra (VBBR3).