Banco Central confirma vazamento de dados de 160 mil chaves Pix

O Banco Central anunciou nesta sexta-feira (21) que foram vazados dados pessoais de 160 mil chaves Pix entre o dia 3 a 5 de dezembro de 2021, em razão de falhas pontuais em sistemas da empresa Acesso Soluções de Pagamento.

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O incidente expôs dados como nome de usuário, Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), instituição de relacionamento, número de agência e número da conta.

No entanto, as informações vazadas não se tratam de dados sensíveis, como senhas, informações de movimentações ou saldos financeiros em contas transacionais, ou outras informações sob sigilo bancário, explicou o BC.

Todas as pessoas que tiveram informações expostas serão avisadas por meio do aplicativo da Acesso ou do internet banking da instituição, diz o BC  — exclusivamente por meio do aplicativo ou pelo internet banking de sua instituição de relacionamento.

O Banco Central ressaltou que esses serão os únicos meios de aviso para a exposição das chaves Pix e pediu para os clientes desconsiderarem comunicações como chamadas telefônicas, SMS e avisos por aplicativos de mensagens e por e-mail.

“As informações obtidas são de natureza cadastral, que não permitem movimentação de recursos, nem acesso às contas ou a outras informações financeiras“, afirmou o banco.

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Essa não é a primeira vez que ocorre vazamento de dados cadastrais do Pix. Em setembro do ano passado, o Banco Central comunicou o vazamento de dados e chaves Pix de correntistas do Banco do Estado de Sergipe, Banese (BGPI3). Segundo o BC, o vazamento aconteceu em decorrência de falhas pontuais em sistemas da instituição financeira.

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A exposição de dados não significa necessariamente que todas as informações tenham vazado, mas que ficaram visíveis para terceiros durante algum tempo e podem ter sido capturadas. O BC informou que o caso será investigado e que sanções poderão ser aplicadas, como multa, suspensão ou até a exclusão da Acesso do sistema do Pix.

Resposta

Em nota, a Acesso Pagamentos esclareceu ter tomado medidas para garantir a segurança dos dados. “Reforçamos que tomamos, de forma tempestiva, todas as providências necessárias para garantir a segurança das informações mantidas pela companhia e o nosso compromisso em manter o mercado e nossos parceiros informados”, informou o comunicado.

A instituição de pagamentos orientou os clientes que forem comunicados do vazamento a ficarem atentos para possíveis golpes, como envios de links para falsos sites que capturem senhas bancárias. A Acesso ressaltou que os únicos canais oficiais de comunicação são o aplicativo e o site da empresa.

A Acesso é uma instituição de pagamento que oferece serviços como banco digital, plataformas para aplicações financeiras e cartões recarregáveis. Em agosto, ocorreu o vazamento de dados 414,5 mil chaves Pix por número telefônico do Banco do Estado de Sergipe (Banese). Assim como desta vez, na ocasião foram vazados dados cadastrais, sem a exposição de senhas e de saldos bancários.

Inicialmente, o BC tinha divulgado que o vazamento no Banese tinha atingido 395 mil chaves, mas o número foi revisado mais tarde. Por determinação da Lei Geral de Proteção de Dados, a autoridade monetária mantém uma página em que os cidadãos podem acompanhar incidentes relacionados com a chave Pix ou demais dados pessoais em poder do BC.

Pix pode substituir transações com cartão de débito, diz BofA

Em pouco mais de um ano desde seu lançamento, o Pix já ultrapassou R$ 4,6 trilhões em transações, aproximadamente duas vezes mais que o volume de cartões, de acordo com relatório do Bank of America (BofA).

O sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central (BC) também já possui cerca de 120 milhões de usuários.

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Conforme o BofA, o Pix está substituindo as transferências de dinheiro entre pares (P2P) de baixo custo (dinheiro e transferência bancária). O movimento ocorre porque o sistema elaborado pelo BC é simples e fácil de ser utilizado, com liquidação instantânea e sem nenhum custo.

O BofA aponta que transações com cartão de débito são as mais suscetíveis a serem substituídas pelo Pix. “Do ponto de vista financeiro, ambas as transações são idênticas para o consumidor, mas o Pix deve ser mais atraente para os comerciantes com taxas de administração (Merchant Discount Rates, MDR) mais baixas”, afirmam os analistas Mario Pierry e Antonio Ruette, que assinaram o relatório.

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Com Agência Brasil

Bruno Galvão

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