Azul (AZUL4) negocia medidas de apoio com governo

A Azul (AZUL4), anunciou nessa quarta-feira (15) através de uma teleconferência, que está negociando com o governo desde o mês passado, medidas de apoio durante a crise do novo coronavírus (covid-19) a fim de que o setor aéreo continue competitivo no mercado global.

Ainda durante a conferência, o presidente da Azul, John Rodgerson, informou que as negociações com o governo começaram assim que a empresa percebeu os primeiros sinais da crise no continente europeu e nos Estados Unidos. Além disso acrescentou que o modelo das medidas adotadas pelo governo americano, em relação as empresas do setor, é o melhor modelo de auxílio.

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Rodgerson salientou “se Trump está dando benefícios para a indústria aérea dele, o Bolsonaro deveria fazer o mesmo no Brasil, para nos mantermos competitivos no mercado global”, ainda que o executivo tenha afirmado que não espera medidas iguais as norte-americanas, visto que os países são diferentes.

Além disso, o presidente do Santander (SANB3; SANB4; SANB11), Sérgio Rial informou nessa quarta-feira que está em negociação a possibilidade de usar títulos de dívida conversíveis em ações (debêntures conversíveis) para auxiliar companhias aéreas e empresas do setor varejista não alimentício com capital aberto, durante a crise causada pelo coronavírus.

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De acordo com Rial, tanto bancos públicos, quanto privados devem participar do projeto. Entretanto, o presidente da instituição salientou “o Brasil, o Tesouro e nós, como contribuintes, não temos condições de ajudar todos os setores que estão precisando”.

Já para empresas de capital fechado, o presidente da instituição indicou outras  soluções, como por exemplo, para a indústria automotiva seria concedido mais dívida, e a garantia seria os ativos locais que possuem.

Controlador da Azul vende metade de sua participação

Na última terça-feira (13) a Azul informou que seu controlador e fundador, David Neeleman, diminuiu em quase 50% sua participação na companhia.

Entretanto, em um comunicado divulgado ao mercado mais tarde na mesma data, a companhia informou que o acionista controlador havia feito um empréstimo pessoal em 2019 no valor de US$ 30 milhões (cerca de R$ 150 milhões) e usou como garantia algumas de suas ações da Azul, pois por “acreditar em seu potencial” não tinha a intenção de vender os papéis.

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Entretanto, os impactos do coronavírus geraram uma margem no empréstimo e devido a rapidez dos efeitos e o fato de ele ter outros investimentos no setor sem liquidez, não houve tempo hábil para que levantasse a liquidez adequada.

Desse modo, os bancos custodiantes acabaram por executar a garantia, mas Neeleman afirmou que não vendeu de maneira ativa nenhuma ação da Azul.

Laura Moutinho

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