Azul (AZUL4) e Gol diminuem interesse em empréstimo do BNDES

Apesar de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) ainda analisar o empréstimo para as aéreas Azul (AZUL4), Gol (GOLL4) e Latam, as companhias estão menos interessadas no crédito, segundo fontes consultadas pela jornal “Valor Econômico”. As informações foram publicadas nesta segunda-feira (19).

O pacote de empréstimo do BNDES seria na ordem de R$ 6 bilhões. Cada uma das três aéreas (Azul, Gol e Latam) ficaria com R$ 2 bilhões. A proposta foi anunciada ao final do mês de março, quando a pandemia de coronavírus (Covid-19) estava em seu início no Brasil.

A proposta é considerada cara e de uso restrito, já que o montante não pode ser utilizado, entre outras coisas, para pagar dívidas ou comprar aeronaves; ações que seriam fundamentais para as companhias aéreas neste momento.

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Devido à demora do BNDES, a Azul e a Gol conseguiram ajustar suas despesas e levantaram dinheiro para deixar o caixa com um certo grau de estabilidade para operar até o ano que vem. Ademais, a Latam também conseguiu diminuir seu prejuízo com a recuperação judicial nos EUA.

Imbróglios que retardadam o crédito do BNDES às aéreas

Além de as companhias terem necessidades diferentes e precisarem de um pacote com custo menor e com um desenho diferente do proposto pelo BNDES, os bancos Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil, que fazem parte da negociação, também possuem opiniões divergentes sobre o caso. Enquanto uma parte considera a operação viável, outra discorda e acha a operação “pouco atrativa”.

Segundo o analista do BB investimentos, Renato Hallgren, consultado pelo jornal, a Azul e a Gol possuem condições de operarem sem a necessidade de utilizar o recurso do BNDES.

“Em 2021 a Gol tem R$ 289 milhões de dívida para rolar com os bancos, um valor fácil de ser renegociado. Para a Azul também é tranquilo rolar a dívida do ano que vem, algo próximo de R$ 300 milhões”, disse Hallgren.

Outro entrave, além da Gol e da Azul, seria o da Latam, que possui ações na bolsa do Chile e também está em processo de recuperação judicial nos EUA. Segundo uma fonte próxima ao assunto, esta operação do BNDES com a Latam estaria “mais atrás” do que a das outras aéreas por ser “mais complexa”.

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Juliano Passaro

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