Argentina: produção industrial cai 14,7% e acumula oitava queda seguida

A produção industrial argentina caiu 14,7% no mês de dezembro em comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (5) pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). A produção industrial Argentina já acumula oito meses de quedas consecutivas e é considerado o pior setor do governo de Mauricio Macri. Em 2018, a indústria caiu 5%. Além disso, o número é pior do que o projetado por analistas consultados pela Trading Economics, que previam queda de 7,6%.

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Para o Produto Interno Bruto (PIB), os economistas argentinos preveem uma recessão de 1% a 1,5%. A Argentina vive uma crise econômica profunda. A inflação do país, por exemplo, fechou 2018 com o segundo maior patamar da América Latina, com 47,6%. No ano passado, o PIB argentino ficou em 2,5% negativo segundo projeções.

Construção civil

Além da produção industrial, o órgão estatístico divulgou também os dados da construção civil na Argentina. Segundo o Indec, o setor teve uma queda de 20,5% em dezembro em relação a 2017. Porém, a construção avançou 0,8% devido ao crescimento de 20% registrado  nos primeiros meses de 2018. Em 2017, a construção havia sido um dos fatores que puxaram a alta do PIB, quando o índice avançou 2,9%.

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O aumento das taxas de juros dos Estados Unidos, que valorizou os investimentos no país norte-americano em prol dos países emergentes, junto com a piora nas contas do governo e os impostos sobre aplicações financeiras afugentaram os investidores estrangeiros.

Brasil

No Brasil, essa queda foi sentida de forma negativa. No quarto trimestre de 2018, a indústria brasileira recuou 1,1% quando comparada a 2017. O motivo seria a redução das exportações de produtos para a Argentina. As vendas de carros para fora caíram 48,1% em dezembro.

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As perspectivas negativas da Argentina pesaram na redução das projeções de crescimento da indústria feitas pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). O instituto prevê uma alta de 2,5% para o setor.

Renan Dantas

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