Após carta de Bolsonaro, greve dos caminhoneiros perde força

A greve dos caminhoneiros perdeu força após o presidente Jair Bolsonaro ter dado um passo para trás na crise entre os Poderes. Segundo o último boletim do Ministério da Infraestrutura, divulgado nesta sexta-feira (10), às 7h30, houve redução de ocorrências em todos os estados monitorados, dos 15 estados que estavam paralisados, apenas 3 seguem com pontos de concentração.

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Ainda de acordo com a pasta, o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rondônia ainda estão com a greve dos caminhoneiros. Conforme o jornal Valor Econômico, a liderança da categoria se reuniu ontem por cerca de três horas com Bolsonaro, depois de articularem por dois dias seguidos bloqueios em rodovias.

Apesar do áudio do Bolsonaro que pedia a interrupção da greve dos caminhoneiros, as lideranças disseram que em nenhum momento na reunião o presidente solicitou para que eles cessassem as paralisações. A categoria afirma que a pauta não é sobre o preço dos combustíveis, mas “a insatisfação do povo brasileiro com o judiciário (STF)”, como disse um dos caminhoneiros ao jornal.

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A greve começou no dia 7 de setembro, feriado nacional, com os bloqueios em rodovias em apoio a Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF). O mandatário havia participado de manifestações em Brasília e São Paulo e disse que não iria obedecer determinações judiciais de ministros do STF, entre os quais Alexandre de Moraes e o presidente da Corte, Luiz Fux. A categoria solicita a destituição de todos os ministros e o voto impresso.

Bolsonaro volta atrás e nega provocar crise entre poderes

Na noite de ontem, o presidente Bolsonaro divulgou uma nota negando que tenha provocado a crise entre os Poderes. “Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”, escreveu.

No documento, Bolsonaro elencou dez pontos. Em um deles, o presidente diz que as divergências se deram por causa de conflitos de entendimento sobre decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e falou que nenhuma autoridade tem o direito de “esticar a corda”. Ele escreveu ainda que suas palavras, “por vezes contundentes”, são resultado do “calor do momento”.

“Sei que boa parte dessas divergências decorrem de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news. Mas na vida pública, as pessoas que exercem o poder não têm o direito de ‘esticar a corda’, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia. Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum”.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, Temer foi chamado ao Planalto a pedido de Bolsonaro. O próprio Temer, de acordo com a coluna Painel, da Folha, intercedeu e conseguiu fazer com que o presidente conversasse com Moraes. Os dois, Bolsonaro e o ministro do STF, falaram pelo telefone.

Não ocorreu pedido de desculpas, diz a matéria da Folha, confirmada pelo Palácio, mas Bolsonaro cedeu e disse que não queria agredir Moraes.

Líder da greve dos caminhoneiros é encontrado foragido no México

Por sua vez, após uma semana foragido, o líder caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, foi localizado ontem pela Polícia Federal escondido em um hotel no México.

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Zé Trovão estava sendo procurado desde a semana passada, quando o ministro Moraes expediu uma ordem de prisão contra o caminhoneiro por incitar um ato antidemocrático no dia 7 de setembro. Mesmo foragido, Zé Trovão permaneceu gravando vídeos e incitando os atos do dia 7. O caminhoneiro pediu que fechassem as rodovias e questionou a veracidade do áudio de Bolsonaro pedindo para que a categoria liberasse as rodovias.

Ontem, o líder que incitou a greve dos caminhoneiros divulgou um vídeo nas suas redes sociais afirmando que havia sido localizado e que iria se entregar para ser preso. “Em algum momento, eu devo ser preso. Eu não vou mais fugir, chega. Eu tô cansado disso, tá”.

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Poliana Santos

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