Apenas 3 de 15 setores da indústria apresentam recuperação

De 15 segmentos da indústria de transformação brasileira, apenas 3 utilizaram boa parte da capacidade de produção. Só o setor farmacêutico e de papel e celulose registraram elevados níveis de produção nas fábricas. E a indústria do vestuário teve um registro considerado normal.

No total, a indústria de transformação usou apenas 74,6% da sua capacidade de produção. A escala de comparação é feita a partir da média histórica, ou seja 81%. São consideradas com alto nível de produção os setores que utilizam mais do que essa porcentagem da sua capacidade para produzir.

Os dados são de um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os números apontam a ociosidade da indústria.

Isso significa que o levantamento calcula o quanto os fabricantes estão desperdiçando do investimento na compra de máquinas, equipamentos instalações que não são aproveitados em sua totalidade.

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Desaceleração do crescimento industrial

A indústria teve um crescimento mais rápido que outros setores em meados de 2017, quando a economia do país voltou a avançar. As exportações para a Argentina e a liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) foram fatores que ajudaram nesse resultado.

A recuperação da indústria começou a desacelerar com a greve dos caminhoneiros em maio de 2018. A paralisação da categoria gerou um prejuízo em torno de R$ 15 bilhões à economia do País, de acordo com o Ministério da Fazenda da época. A crise na Argentina e a consequente diminuição das exportações também ajudaram na queda do crescimento da indústria no Brasil.

Para especialistas, a situação de estagnação e ociosidade da indústria brasileira é reflexo do poder financeiro da população e das altas taxas de desemprego no País.

Estimativa para o PIB

Pela oitava vez seguida, o Boletim Focus  reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 e também para 2020. Na última semana, os analistas do mercado financeiro estimavam um crescimento de 1,95% para este ano. Entretanto, o Boletim divulgado nesta segunda-feira (22) apontou que o crescimento deverá ficar em 1,71%.

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Essa é a oitava semana seguida de redução do PIB no Boletim Focus. Além disso, os analistas cortaram também as previsões de crescimento para 2020. A projeção de expansão do PIB para o próximo ano passou de 2,58% para 2,50%. Essa é a quinta semana de redução consecutiva da previsão de crescimento.

A nova redução mostra que 2019 segue o mesmo ritmo de 2018. Tanto, que os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1º de março, mostram que no último ano a economia nacional expandiu apenas 1,1%, repetindo o desempenho fraco de 2017.

No entanto, essa expansão modesta acabou reduzindo as expectativas para este ano, também por causa do carregamento estatístico. Em contrapartida, as projeções para 2021 e 2022 continuaram inalteradas, com o PIB crescendo de 2,5%.

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Neste mês, o BC estimou um crescimento da economia em 2019 em 2%.

Por sua vez, o Ministério da Economia também reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira. Segundo o ministério, o PIB em 2019 crescerá de apenas 2,2%, e não mais de 2,5%

A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) reavaliou a projeção de crescimento do PIB industrial para este ano. A mudança apresentou uma queda de 3,3% para 1,1%. Em 2018, o PIB industrial cresceu 0,6%, depois de ter caído 0,5% no ano anterior.

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Beatriz Oliveira

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