Lucros do BTG (BPAC11), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) serão os mais afetados pela crise na Americanas (AMER3), projeta XP

Com a revelação da lista de credores da Americanas (AMER3), o rombo contábil da varejista deve atingir em cheio os balanços do BTG Pactual (BPAC11), Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4). Em relatório divulgado nesta quarta (25), a XP Investimentos argumenta que essas instituições financeiras devem ser as mais afetadas pela crise da varejista.

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“O maior provisionamento no curto prazo não deve apenas reduzir marginalmente seus índices
de capital, mas também pressionar temporariamente seus lucros e rentabilidade”, dizem os analistas da XP Renan Manda e Matheus Guimarães.

Segundo os especialistas, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) devem ser os menos afetados pela crise na Americanas, com pouco impacto em seus resultados.

“Os bancos podem optar por provisionar esse valor já no 4T22 (como evento subsequente) ou nos resultados do 1T23”, alerta a XP, ao citar o procedimento no qual instituições financeiras reservam dinheiro para cobrir perdas ou débitos – neste caso, a falta de pagamento da Americanas.

Em ambos os casos, esperamos que o impacto nos resultados seja mais significativo para BTG, Santander e Bradesco (em torno de 20-30% de seu lucro líquido). Por outro lado, Banco do Brasil e Itaú devem ser os bancos menos afetados (menos de 10% do lucro líquido).

“Provisões adicionais do valor remanescente poderão ser constituídas nos trimestres seguintes, caso o novo cronograma de pagamentos da empresa sofra atrasos ou caso os bancos façam rebaixamentos adicionais em sua classificação de risco”, complementa a dupla.

Veja a tabela com as análises da XP:

Projeções da XP Investimentos sobre impacto nos bancos da crise na Americanas

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Americanas deve mais de R$ 27 bilhões para bancos

Na manhã desta quarta, a varejista apresentou à Justiça a sua lista de credores, uma das exigências do processo de recuperação judicial. Apenas com bancos, a dívida ultrapassa a casa dos R$ 27 bilhões.

Os débitos com as instituições financeiras são os seguintes, em valores aproximados:

  • Deustche Bank: R$ 5,2 bilhões;
  • Bradesco: R$ 4,8 bilhões;
  • Santander Brasil: R$ 3,6 bilhões;
  • BTG Pactual: R$ 3,5 bilhões;
  • BV (Votorantim): R$ 3,3 bilhões;
  • Itaú Unibanco: R$ 2,9 bilhões;
  • Safra: R$ 2,5 bilhões;
  • Banco do Brasil: R$ 1,3 bilhão;
  • Daycoval: R$ 509 milhões;
  • Caixa Econômica Federal: R$ 501 milhões;
  • Banco ABC Brasil: R$ 415,6 milhões;
  • BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: R$ 276 milhões
  • Banco da Amazônia (BAZA3): R$ 103 milhões;

Em comunicado enviado à imprensa, o BV argumentou que o saldo devedor da Americanas com a instituição é de aproximadamente R$ 206 milhões, e não os R$ 3,3 bilhões informados à Justiça.

“Em 11 de janeiro, data de divulgação do fato relevante no qual a Americanas reconheceu suas inconsistências contábeis, o banco BV era credor de Cédulas de Crédito Bancário devidas pela Americanas com saldo devedor de aproximadamente R$ 206 milhões (CCBs BV)”, comentou o banco.

Por volta das 16h, as ações da Americanas eram negociadas em alta de 17,50%, ao preço de R$ 0,94.

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Erick Matheus Nery

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