Americanas (AMER3) aperta os cintos, muda plano e tenta reduzir salário de filho de Lemann

Após sugerir aumentar o salário do filho de Jorge Paulo Lemann mesmo enfrentando uma crise sem precedentes, a Americanas (AMER3) mudou sua proposta.

De acordo com informações divulgadas nesta terça (4), agora a ideia é reduzir o salário do executivo e dos demais administradores da companhia.

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Segundo o jornal Valor Econômico, a nova proposta prevê que a remuneração do conselho de administração da Americanas fique em R$ 3,6 milhões neste ano. No ano passado, o valor total pago foi de R$ 4,56 milhões, e o plano apresentado anteriormente previa que essa cifra aumentasse para R$ 5 milhões.

Entre os nomes presentes no conselho de administração da varejista, estão Paulo Alberto Lemann, filho do principal acionista de referência da empresa, e Carlos Alberto Sicupira.

Em 2022, cada integrante do conselho recebeu, em média, R$ 651,4 milhões/ano. Com a atual proposta, a remuneração média cai para R$ 514,2 milhões, sendo que o plano anterior previa turbinar os proventos para uma cifra superior a R$ 700 mil.

A varejista pretende manter a atual formação do conselho neste novo ciclo: além de Alberto Lemann e Sicupira, integram a equipe Claudio Barreto Garcia, Eduardo Saggioro Garcia, Sidney Victor da Costa Breyer, Mauro Not e Vanessa Claro Lopes.

A proposta será debatida na Assembleia Geral e Extraordinária da companhia, marcada para 29 de abril. Ou seja, o filho de Lemann terá seu salário reduzido caso os acionistas aprovem sua permanência no conselho e, em seguida, o reajuste nos proventos.

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Americanas em recuperação judicial

A varejista está em recuperação judicial com débitos que ultrapassam a casa dos R$ 40 bilhões. A crise contábil na Americanas explodiu no começo do ano, quando Sérgio Rial, então CEO da varejista, revelou ter encontrado inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões.

João Pedro Nascimento, presidente da CVM, disse que a crise na Americanas colocou os negócios de Lemann, Sicupira e Marcel Telles na mira da autarquia. Em uma audiência no Senado, o executivo chamou o escândalo contábil da varejista de “lamentável e gravíssimo”.

“Sem querer tirar conclusões, os acionistas controladores têm políticas bastante agressivas sobre contabilização de despesa, buscando tirar o maior prazo possível dos fornecedores. As políticas dos acionistas controladores nos deixam atentos a outras empresas de que participam”, argumentou Nascimento durante uma audiência pública no Senado Federal sobre a crise na Americanas.

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Erick Matheus Nery

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