Americanas (AMER3) tem membros da administração multados e B3 (B3SA3) retira selo de Novo Mercado

A Americanas (AMER3), em recuperação judicial, apanhou mais uma vez nesta semana. Após finalizar um processo de sanção aberto desde março, a B3 (B3SA3) retirou o selo de Novo Mercado da varejista e ainda multou 22 pessoas físicas da sua administração.

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Desde 2018, quando o Regulamento do Novo Mercado foi estabelecido, a penalidade nunca havia sido aplicada. De acordo com a bolsa de valores brasileira, o segmento é exclusivo a “ações de empresas que adotam, voluntariamente, práticas de governança corporativa adicionais às que são exigidas pela legislação brasileira”, com alto padrão de transparência.

Anteriormente, a Americanas (AMER3) já foi excluída dos índices da B3. A perda do selo, contudo, não implica na sua saída do Novo Mercado, ou seja, a varejista continua sujeita as regras do segmento.

Enquanto isso, as multas são destinadas a pessoas físicas ligadas à administração da companhia, como membros do conselho de administração da Americanas, de Comitê de Auditoria e diretores.

O valor das multas varia entre R$ 263 mil a R$ 395 mil. Neste último caso, a cinco pessoas físicas que ocupavam duas cadeiras. Somadas, equivalem a mais de R$ 6 milhões. A companhia e as pessoas físicas intimadas têm até 15 dias para recorrer das sanções impostas pela bolsa, a partir desta quarta-feira (8).

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O que a suspensão do selo de Novo Mercado da B3 (B3SA3) significa para Americanas (AMER3)

A intenção da B3 (B3SA3) não é, neste momento, forçar a saída da Americanas (AMER3) da bolsa de valores, dado que este seria o desdobramento mais extremo desse processo. Para isso, seria necessária a abertura de um novo processo sancionador.

As infrações cometidas estão relacionadas a efetividade das estruturas de fiscalização e controles internos, efetividade da política de gerenciamento de risco, assim como, avaliação das informações financeiras e suas respectivas auditorias.

Esse processo ainda é uma repercussão da situação de crise e recuperação judicial que a companhia se encontra após a revelação de um rombo contábil na Americanas (AMER3) de R$ 25 bilhões, em janeiro deste ano.

Para retomar o selo, a varejista precisará sanar quesitos que quebraram os compromissos previstos nas regras do Novo Mercado, ou seja, divulgar o relatório do comitê independente, apresentar demonstração financeira com relatório do auditor independente sem ressalva, um relatório circunstanciado de controle interno auditado e sem inconsistência e atualizar as informações financeiras pendentes até hoje.

A decisão foi tomada no âmbito da diretoria dos emissores da B3, uma primeira instância dentro da bolsa. Os recursos apresentados à sanção aplicada serão discutidos pela diretoria colegiada.

Não há prazo previsto para cura dos descumprimentos feitos pela Americanas (AMER3), mas o não cumprimento das suas obrigações pode levar a abertura de um novo processo, culminando eventualmente à sua retirada das companhias listadas em bolsa.

Esse seria, conforme fonte, um movimento expressivo e complexo, uma vez que afeta posições de investidores. Por outro lado, o cumprimento das exigências será acompanhado, dando tempo à companhia e aos seus envolvidos de apresentarem seus argumentos, defesa e documentos que vierem a ser necessários.

A ideia é que seja respeitado o rito processual da B3 sobre o caso da Americanas (AMER3), evitando assim questionamentos adiante que coloquem por terra o trabalho sancionador feito pela bolsa até agora, observou uma fonte ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

Com informações de Estadão Conteúdo.

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Camila Paim

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