Americanas (AMER3): Lemann, Telles e Sicupira vêm ao Brasil; Trio deve se reunir com credores, diz jornal

O trio de acionistas de referência das Americanas (AMER3), formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, deve se reunir na próxima semana com os bancos credores para discutir soluções para a crise da empresa de varejo, segundo informações do Jornal Valor Econômico.

Americanas (AMER3) descobre mais R$ 6,6 bilhões em dívidas

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Marcel Telles e Beto Sicupira já estariam no Brasil, enquanto Jorge Paulo Lemann, que mora na Suíça, deve chegar ao país ainda hoje (4). Apesar disso, a reunião dos acionistas das Americanas com os bancos credores ainda não têm data marcada.

Uma fonte do Valor disse que Sicupira já teria conversado com um banqueiro na última semana, mas sem propor nenhuma solução concreta para o caso.

Nesse contato, Sicupira teria ressaltado que o trio da 3G Capital representa apenas acionistas da Americanas assim como os demais. Esse mesmo argumento foi utilizado na carta pública divulgada pelo trio no dia 22 de janeiro, ocasião em que se posicionaram sobre o assunto.

Parte dos credores entendeu que a vinda de Lemann ao Brasil sinaliza que houve “entendimento sobre a gravidade do caso”.

Atualmente, os três bilionários possuem uma participação de 31% das ações da Americanas. Apesar disso, durante quase 40 anos, eles tiveram um papel de controladores da empresa varejista.

Expectativa da reunião dos acionistas da Americanas com credores

A reunião dos acionistas de referência com os bancos credores é um fato bastante aguardado. Isso porque a postura do trio em relação ao caso tem irritado parte dessas instituições financeiras.

A situação ficou mais problemática após a divulgação de uma carta pública elaborada por Lemann, Telles e Sicupira. Nesse documento, eles responsabilizam a empresa de auditoria PwC e os bancos credores por não terem emitido nenhum alerta em relação à condição das Americanas.

Além disso, disseram que não sabiam sobre “quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia”.

“Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país”, disse o trio da gestora 3G Capital.

Segundo informações do Valor Econômico, os credores da Americanas têm adotado uma postura mais rígida, solicitando que o trio assuma que ocorreu fraude e faça um aporte relevante na empresa.

Apesar disso, não houve qualquer sinalização até o momento de que Lemann, Telles e Sicupira estariam dispostos a realizar uma capitalização na companhia. A indicação é de que a empresa deve conseguir um empréstimo extraconcursal, no modelo DIP, no valor de R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1 bilhão viria dos acionistas de referência.

Qual a situação das Americanas?

A empresa de varejo anunciou no dia 11 de janeiro que havia encontrado em seus balanços “inconsistências contábeis” na casa dos R$ 20 bilhões. A situação gerou uma crise sem precedentes, resultando no processo de recuperação judicial das Americanas.

As Americanas anunciaram sua lista de credores, mostrando uma dívida total de R$ 41,23 bilhões com cerca de 8 mil nomes.

A crise das Americanas então culminou em uma batalha judicial entre a empresa e os bancos credores.

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João Vitor Jacintho

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