Grana na conta

Hapvida (HAPV3) e Bradesco Saúde têm R$ 9 milhões a receber da Americanas (AMER3)

Na longa lista de 7.967 credores da Americanas (AMER3) há três empresas do ramo da saúde, a Hapvida (HAPV3), a Notredame Intermédica e a Bradesco Saúde, segundo informações do Valor Econômico. As duas primeiras passaram por uma fusão de operações em 2022.

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As três operadoras de saúde atendem os 44,5 mil funcionários da Americanas. A dívida com a Bradesco Saúde é de R$ 5,1 milhões. Para a Hapvida o valor chega a R$ 1,7 milhão e, para a Notredame, R$ 2,37 milhões. Juntas, a Hapvida e a Notredame têm cerca de R$ 4 milhões.

Americanas deve mais de R$ 27 bilhões para bancos

Na manhã desta quarta, a varejista apresentou à Justiça a sua lista de credores, uma das exigências do processo de recuperação judicial. Apenas com bancos, a dívida ultrapassa a casa dos R$ 27 bilhões.

Os débitos com as instituições financeiras são os seguintes, em valores aproximados:

  • Deustche Bank: R$ 5,2 bilhões;
  • Bradesco: R$ 4,8 bilhões;
  • Santander Brasil: R$ 3,6 bilhões;
  • BTG Pactual: R$ 3,5 bilhões;
  • BV (Votorantim): R$ 3,3 bilhões;
  • Itaú Unibanco: R$ 2,9 bilhões;
  • Safra: R$ 2,5 bilhões;
  • Banco do Brasil: R$ 1,3 bilhão;
  • Daycoval: R$ 509 milhões;
  • Caixa Econômica Federal: R$ 501 milhões;
  • Banco ABC Brasil: R$ 415,6 milhões;
  • BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: R$ 276 milhões
  • Banco da Amazônia: R$ 103 milhões;

Opinião do Inter

Na visão dos analistas do Inter, o “efeito Americanas” deve ter impactos limitados ao setor bancário, não ocasionando maiores prejuízos no médio e longo prazo que possam afetar substancialmente essas instituições.

Eles observam que um cenário em que 100% da dívida com a Americanas seria provisionada, causando prejuízo, o Santander (SANB11) e o Bradesco (BBDC4) têm os maiores impactos.

A dívida do Santander representa 0,8% da carteira de crédito total do banco, seguida pelo Bradesco, em que a dívida representa 0,5% da carteira de crédito total.

O Itaú (ITUB4) e o Banco do Brasil (BBAS3) apresentaram 0,2% de exposição da carteira total em saldo com a Americanas, dizem os analistas.

“Se somarmos todos os bancos da nossa cobertura, o saldo total da dívida somaria cerca de R$ 12,6 bilhões representando 31% da dívida total da Americanas e a a exposição da carteira de crédito total destes bancos seria de apenas 0,4% com impactos no patrimônio líquido de 2,3%”, ressaltam os especialistas.

Não é a mesma projeção da XP. Com a revelação da lista de credores da Americanas (AMER3), o rombo contábil da varejista deve atingir em cheio os balanços do BTG Pactual (BPAC11)Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4). Em relatório divulgado nesta quarta (25), a XP Investimentos argumenta que essas instituições financeiras devem ser as mais afetadas pela crise da varejista.

“O maior provisionamento no curto prazo não deve apenas reduzir marginalmente seus índices
de capital, mas também pressionar temporariamente seus lucros e rentabilidade”, dizem os analistas da XP Renan Manda e Matheus Guimarães.

Segundo os especialistas, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) devem ser os menos afetados pela crise na Americanas, com pouco impacto em seus resultados.

“Os bancos podem optar por provisionar esse valor já no 4T22 (como evento subsequente) ou nos resultados do 1T23”, alerta a XP, ao citar o procedimento no qual instituições financeiras reservam dinheiro para cobrir perdas ou débitos – neste caso, a falta de pagamento da Americanas.

Em ambos os casos, esperamos que o impacto nos resultados seja mais significativo para BTG, Santander e Bradesco (em torno de 20-30% de seu lucro líquido). Por outro lado, Banco do Brasil e Itaú devem ser os bancos menos afetados (menos de 10% do lucro líquido).

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TJ-SP dá cinco dias para Americanas (AMER3) apresentar documentos em ação ajuizada pelo Itaú (ITUB4)

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou prazo de cinco dias para que a Americanas (AMER3) apresente uma série de documentos sobre sua situação financeira nos últimos cinco anos. A decisão veio em ação protocolada pelo Itaú Unibanco (ITUB4), que havia pedido um prazo menor, de 48 horas, para que a companhia fornecesse os documentos e informações.

O pedido de urgência do banco foi negado, e determinou-se que a Americanas tenha direito a defesa.

No entanto, a Justiça paulista acatou o pedido do Itaú para que a companhia forneça demonstrações financeiras das empresas do grupo, balanços, balancetes, livros fiscais, e relatórios de auditoria dos últimos cinco anos.

Cotação

As ações da Americanas fecharam a quarta-feira (25) em alta de 17,5%, cotadas a R$ 0,94.

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Ana Clara Macedo

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