Balanço da Ambev (ABEV3) “desce redondo” e companhia dispara 6%

A Ambev (ABEV3) avança 6,30% às 11h desta quinta-feira na bolsa de valores brasileira, negociada a R$ 15,81. A alta vem após a companhia publicar, hoje mais cedo, seu balanço do primeiro trimestre de 2021 – com o lucro mais do que dobrando na base anual, para R$ 2,73 bilhões. Para a XP Investimentos, a cervejaria teve mais um trimestre de resultados fortes. Para o BTG Pactual, a companhia entregou um trabalho “quase perfeito”.

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“Quando menos esperávamos a Ambev conseguiu mexer os pauzinhos e entregar um trabalho quase perfeito“, afirmam os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin, do banco de investimentos. Para os dois, o crescimento do Ebitda de 24% no ano, chegando a R$ 5,3 bilhões, foi “impressionante”.

“A Ambev teve resultados sólidos mesmo em meio a um cenário ainda desafiador“, afirmam os analistas Leonardo Alencar e Larissa Pérez, da XP.

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O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia, superou o consenso da XP em 22% e o do BTG Pactual em 8%.  A margem Ebitda de 32% ficou acima dos 30,1% esperados pelos analistas da corretora, que elogiou o desempenho operacional da cervejaria.

“Mantendo a excelência operacional como sua vantagem competitiva principal, acreditamos que a inovação no portfólio e a estratégia digital estão dando cada vez mais frutos, impulsionando o desempenho da empresa”, disseram os analistas da XP.

Os analistas da corretora chamaram a atenção, por exemplo, para o desempenho da Brahma Duplo Malte no Brasil, produto lançado há menos de um ano que conseguiu posição de mercado e contribuiu para o crescimento de 16% na base anual do volume de cerveja vendido pela companhia no país, mesmo com o cancelamento do Carnaval, data importante para as empresas do setor.

BTG se questiona sobre competitividade no futuro

O BTG, porém, pontua que o avanço operacional se deu quase totalmente por conta do volume, uma vez que o repasse do preço teria, para o banco, compensado apenas os maiores custos. Para os analistas, a alta dos preços do produto da Amveb foi, inclusive, acima das expectativas.

“As novas ferramentas da Ambev surgiram e se mostraram acertadas em um momento em que a concorrência ainda lutava com problemas de embalagem em fornecimento”, afirma.

Para o banco, o Zé Delivery, por exemplo, foi responsável por 8% das vendas no Brasil no período. A questão é se a Ambev continuará com preços mais atraentes quando a Heineken, principal concorrente, conseguir normalizar sua produção (o problema operacional, em parte, é causado pelas restrições no país por conta da pandemia) e se o Zé Delivery continuará com o bom desempenho após as restrições à mobilidade enfraquecerem.

Ambev avança no segmento premium

A XP atenta para o desempenho da Ambev no segmento core-plus, de cervejas premium, com a venda crescendo em todas as geografias – sendo o crescimento no Brasil de 20%. “Foi uma surpresa bastante positiva dado que ainda passamos por um momento muito desafiador, com um ritmo de vacinação mais lento do que o esperado impedindo a aceleração da reabertura de bares e restaurantes”, afirmam.

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Para a corretora, a Ambev conseguiu entregar um resultado mais forte baseado tanto em aumento de volume quanto de preço. “O volume no Brasil, somando cerveja e não alcoólicos, cresceu 12%, com preços crescendo 12,5%; na América Central, volumes aumentaram 10% e preços em reais 38%; na América do Sul, volumes aceleraram 12,5% e preços 19%; já o volume do Canadá aumentou 3% e preços 31% em reais”, explicam.

Com isso, a XP manteve sua recomendação de compra para a Ambev e fixou o preço-alvo em R$ 17,15 por ação. O BTG, porém, se manteve neutro, com preço-alvo em R$ 15.

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Vitor Azevedo

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