Ambev (ABEV3) ainda tem para onde crescer? Veja quais são os gatilhos e riscos para a ação

Que a Ambev (ABEV3) é uma marca bem consolidada no setor de Consumo e Varejo, não há dúvidas. A companhia já se espalhou por 17 países da América Latina e ganhou o título de maior cervejaria da região.

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Entretanto, diante do atual patamar, os investidores de ABEV3 se perguntam se a companhia de bebidas ainda tem para onde crescer e se as ações ainda podem se valorizar.

Com a chegada dos resultados trimestrais, o Citi e o BTG Pactual preveem um crescimento no Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de cerca de 20% na comparação do primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano anterior.

“Tem um crescimento esperado no Ebitda da Ambev entre 19% e 24%, mas ainda assim não vem a refletir o crescimento que a gente viu nos últimos trimestres”, comenta Tales Barros, especialista em renda variável da Status Invest Assessoria.

Segundo o especialista, as festividades do carnaval deste ano, que contaram com uma clima mais quente, deixam as expectativas mais otimistas. Com isso, acredita-se em um impulsionamento no consumo e nas vendas de cerveja da Ambev, por exemplo.

“O cenário macroeconômico, entretanto, ainda está em um movimento de recuperação. É possível observar a concorrência comprometendo o crescimento de margem que a empresa já vinha demonstrando”, pontua Barros, da Status Invest Assessoria.

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Como as ações da Ambev (ABEV3) ainda podem crescer?

Para os analistas do BTG Pactual (BPAC11), a Ambev precisa de um “caminho de crescimento claro e sustentado que ainda não está claro para nós”. Segundo o banco, a categoria é forte, mas madura e para observar a escalada, “o preço premium tem que entrar”.

Uma das opções da companhia controlada pela AB InBev, por enquanto, parece ser o investimento em Linhas Premium, que segundo Barros, ainda não está totalmente precificado nas ações.

Embora esteja em um patamar bem consolidado do mercado de cervejas e similares, Barros acredita que não é possível afirmar que “a empresa não tem mais para onde crescer”.

“Acredito que é possível haver um gatilho nas ações da Ambev com uma consolidação do cenário interno – que ainda está em recuperação –, mas em compasso de espera, que deve impactar o mercado acionário como um todo,” afirma o especialista.

Além disso, Barros salienta que a empresa ainda é impactada pela inflação, que no curto e médio prazo prejudica empresas de consumo de alimentos e bebidas.

A companhia que tem os brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira entre seus principais sócios acumula uma queda de 6,25% no preço dos ativos nos últimos seis meses. Apenas neste ano, a ação ABEV3 já derreteu cerca de 12%.

No último pregão, as ações da Ambev fecharam com discreta queda de -0,25% a R$ 12,07 por papel.

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Camila Paim

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