Alpargatas registra lucro em queda de 8,5% em 2018

A Alpargatas registrou um lucro líquido em queda de 8,5% em 2018 em comparação com 2017. A empresa de calçados obteve um lucro de R$ 331,6 milhões.

Entretanto, do ponto de vista do lucro bruto, a Alpargatas registrou um crescimento de 4,5%, chegando a R$ 1,71 bilhão. Mas margem bruta de lucro diminuiu de 0,2 ponto percentual, alcançando 43,9%. Do outro lado, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, na sigla em inglês) subiu 16,1%, totalizando R$ 564,7 milhões. Um resultado positivo obtido graças a um maior controle das despesas e ganhos com variação cambial nas vendas para países do Hemisfério Norte.

A receita líquida de Alpargatas cresceu cresceu 4,9% no mesmo ano, chegando a R$ 3,90 bilhões. Participou desse resultado um ganho não recorrente de R$ 9,4 milhões em 2018, em comparação com uma perda de R$ 17,8 milhões no ano anterior.

Resultados do 4º trimestre

Na análise trimestral, a Alpargatas registrou no 4º trimestre de 2018 um lucro líquido de R$ 93,3 milhões. Um resultado em aumento de 97,9% em comparação com o mesmo período de 2017.

O aumento das vendas no Brasil e no mercado internacional, além dos ganhos com variação cambial, contribuíram para o resultado.

No 4º trimestre a receita líquida cresceu 8,75%, chegando a R$ 1,2 bilhão, com R$ 944,9 milhões obtidos no Brasil, um crescimento de 12,9%.

Volume de vendas em aumento

Sob o perfil do volume de vendas, as marcas Havaianas e Dupé cresceram 13%, alcançando 71,3 milhões de pares. Por sua vez, as vendas de calçados esportivos aumentaram 0,3%, para 777 mil pares.

As vendas no mercado internacional também registraram um aumento de 10,3%, totalizando 7,17 milhões de unidades. Isso permitiu um aumento de 29,3% na receita líquida, que chegou a R$ 136,9 milhões. A valorização do dólar e do euro em comparação ao real também ajudou nesse resultado.

Entretanto, na Argentina, as vendas caíram 26,7%, chegando a R$ 118,0 milhões. A desvalorização do peso argentino e a compressão do mercado não ajudaram nas vendas. A comercialização de artigos esportivos caiu 29,7% em volume, para 3,67 milhões de unidades. Por sua vez, as vendas de artigos têxteis caíram 43,7%, para 1,9 mil quilômetros de tecidos.

No 4º o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, na sigla em inglês) cresceu 117,9%, alcançando R$ 123,6 milhões. Entretanto, excluindo os itens não recorrentes, o EBITDA recorrente cresceu 12,6%, chegando a R$ 220,3 milhões.

Efeitos negativos no balanço

Entre os itens não recorrentes destacados pela Alpargatas no balanço do último trimestre do ano passado está o efeito negativo da venda da participação na Topper Argentina (ASAIC). Além disso, também houveram perdas de estoque e rescisões trabalhistas, mesmo com contrapartidas positivas de créditos tributários e baixa contábil de ativos. Um resultado afetado negativamente por R$ 41,2 milhões.

Na Argentina foi registrado um impacto negativo de R$ 40,3 milhões. Desses, R$ 27,8 milhões eram oriundos de ajuste de inflação e R$ 12,5 milhões relativos à reestruturação das operações. Por sua vez, a Alpargatas registrou um impacto negativo de R$ 15,2 milhões nos Estados Unidos. Um resultado provocado pela provisão de contingência cível na Alpa USA.

Carlo Cauti

Compartilhe sua opinião