Como aproveitar o bom momento do agronegócio? Veja três maneiras para investir no setor

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 1,9% no primeiro trimestre de 2023, na comparação com igual período de 2022, puxado principalmente pelo setor agropecuário. As informações são do último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Neste cenário, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) estima que a participação do agronegócio na economia fique em torno de 24,5% em 2023, ou seja quase um quarto de tudo que é gerado de riqueza no Brasil. Todo esse quadro é positivo não só para quem atua no setor, mas para investidores também.

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Então, como investir no agro e aproveitar esse momento?

Octaciano Neto, diretor de Agronegócio da Suno Asset, afirma que investir no agro é direcionar os recursos para o segmento “mais dinâmico e vibrante da economia nacional”.

Um dado que revela isso é que, atualmente, o setor do agronegócio é responsável por cerca de 30% dos empregos gerados no Brasil, principalmente pela agropecuária.

Para quem busca diversificar a carteira e surfar essa onda de crescimento, vale a pena entender quais são os ativos associados ao agronegócio, com destaque para o Fiagros, LCAs, CPR e CRAs, além das ações de empresas listadas na B3 (B3SA3).

O Suno Notícias explica a seguir as características desses cinco ativos.

Quais são os tipos de investimentos em agronegócio?

Gabriel Diniz Junqueira, analista agro da Santa Fé, lembra que existem diversas formas para ganhar dinheiro com a boa performance do agronegócio, cabendo ao investidor avaliar qual seu risco e retorno esperado.

Algumas das possibilidades são:

1) Fiagro

Os fiagros são uma categoria de fundos de investimento que investem em cadeias produtivas da agroindústria, passando a ser negociados na B3 em agosto de 2021.

Além de estarem atreladas à área de produção do agronegócio, os fiagros ainda exploram as atividades de natureza imobiliária que envolvem o setor.

Até dezembro de 2022, considerando 33 fundos listados naquele momento, o setor movimentava mais de R$ 5,2 bilhões.

2) Renda fixa no Agronegócio: LCAs, CRAs e CPRs

Diferentemente do fiagro, que são de renda variável, os LCAs, CRAs e CPRs são de renda fixa, ou seja, em que já se sabe o padrão de retorno do ativo desde o primeiro dia.

As LCAs (Letra de crédito do agronegócio) são títulos emitidos por instituições financeiras visando financiamento da atividade agropecuária. Enquanto, os CRAs (Certificados de Recebíveis Agrícolas) representam recebíveis de empresas do setor.

Por fim, a CPR (Cédula de Produtor Rural) é um título que representa a promessa de uma entrega futura de um produto agropecuário e auxilia os produtores rurais a antecipar recursos para suas atividades.

3) Ações de empresas do agronegócio

Dados divulgados pela B3 mostram que os produtos ligados ao agronegócio apresentaram aumento de 95% do número de investidores para 1,6 milhão de pessoas.

O que reflete a diversidade de ações do agronegócio que podem ser escolhidas pelo investidor, as que lidam com cana-de-açúcar, soja ou outra commodity do setor. “Comprar ações de empresas do agro permite que a pessoa participe dos lucros futuros e do crescimento da companhia. Empresas normalmente se concentram em uma determinada atividade, podendo trazer altos ganhos, mas com um risco mais elevado”, explica Junqueira.

Algumas das principais ações do agronegócio e alimentos são:

  • JBS (JBSS3)
  • Raízen (RAIZ4)
  • Jalles Machado (JALL3)
  • Marfrig (MRFG3)
  • SLC Agrícola (SLCE3)
  • São Martinho (SMTO3)
  • Camil (CAML3)
  • Minerva Foods (BEEF3)
  • M. Dias Branco (MDIA3)
  • Brasil Agro (AGRO3)
  • Kepler Weber (KEPL3)
  • Boa Safra (SOJA3)
  • Três Tentos (TTEN3)
  • Agrogalaxy (AGXY3)
  • PomiFrutas (FRTA3)
  • Josapar (JOPA3)
  • BRF Foods (BRFS3)

Vale destacar que as ações citadas são apenas exemplos e não configuram nenhuma recomendação de investimento. É aconselhável que o investidor estude as diferentes ações do mercado, faça uma análise fundamentalista dessas empresas e construa um portfólio diversificado que avalia interessante.

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Fiagro está mudando a dinâmica do País; veja as vantagens

Para Tiago Reis, fundador do Grupo Suno, o Fiagro vai mudar a dinâmica do país. “Não tenho dúvidas, o fiagro vai mudar a dinâmica do País, tanto na questão da economia que se gira em torno do agro, como também em oportunidades para investidores.”

Na visão de Reis, os fiagros podem protagonizar, nos próximos anos, uma trajetória similar à que ocorreu com fundos imobiliários no passado: “Vi essa transformação que os FIIs fizeram no mercado imobiliário do Brasil e acredito que a mesma coisa pode acontecer com o agronegócio”.

Ele acredita no grande potencial do agro em aumentar sua captação no mercado de capitais para elevar os investimentos na própria indústria.

Entre as vantagens do fiagro estão a possibilidade de diversificação do portfólio e os incentivos tributários em fundos de fomento, como os dividendos isentos de Imposto de Renda. Por meio dos fundos, os investidores podem explorar diversas oportunidades no setor e compor um portfólio completo para se defender nos ciclos econômicos”, diz Junqueira.

SNAG11: Fiagro da Suno é o 4º mais líquido em 2023

O fiagro da Suno, o SNAG11, passou a ser um dos Fiagros mais negociados de toda a indústria em 2023. Segundo os dados recentes, foram R$ 100 milhões em cotas do Fiagro negociados durante o primeiro trimestre deste ano.

Com isso, o fiagro da Suno passou a ser o 4º mais líquido do ano, ficando atrás de dois concorrentes com cerca de R$ 150 milhões e mais um outro concorrente com liquidez na casa dos R$ 280 milhões.

Ainda em outubro do ano de 2022, o SNAG11 já havia quebrado recordes de liquidez, com a maior liquidez diária para a classe de ativos em toda a breve história desta indústria.

Em maio deste ano, os dividendos pagos do SNAG11 foram de R$ 1,06 por cota, representando um dividend yield (DY) anualizado de 15,5%.

Saiba como investir

O investimento em fiagro pode ser feito da mesma forma feito com alocações em cotas de FII e FIP, por exemplo.

O investidor precisa ter uma conta em uma corretora de valores e acesso ao home broker. Na plataforma da corretora, é preciso digitar o ticker em questão e executar a compra.

No momento de investir nesse fundo voltado ao agronegócio, os investidores vão se deparar com um espaço a ser preenchido, em que vai ser colocado a quantidade de cotas que se deseja adquirir. Além disso, vai ser detalhado o preço da compra a ser pago por cada cota e o valor total investido.

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Vinícius Alves

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