Grana na conta

ADRs da Petrobras (PETR4) afundam 9% com interferência de Bolsonaro

O mercado financeiro recebeu mal a interferência de Jair Bolsonaro na Petrobras (PETR4). No after-market de Nova York, os ADRs (American Depositary Receipts) da estatal brasileira afundavam após a troca no comando da petroleira.

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Por volta das 20h10, o papel da Petrobras era negociado aos US$ 9,12, tombo de 9%. No pior momento do after-market, o ADR afundou mais de 15%.

O movimento é uma reação à nota divulgada há pouco nas redes sociais do presidente da República na qual diz que o “governo decidiu indicar o senhor Joaquim Silva e Luna para cumprir uma nova missão, como conselheiro de administração e presidente da Petrobras, após o encerramento do Ciclo, superior a dois anos, do atual presidente, senhor Roberto Castello Branco.”

Publicado por Jair Messias Bolsonaro em Sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

 

Durante o horário regular do pregão da Bolsa de Nova York, a companhia recuou 7,1% aos US$ 10,05 com os investidores tomando uma posição mais defensiva com os ruídos sobre uma interferência do governo antes do final de semana.

O mau humor dos investidores não se resume apenas à Petrobras. O ETF iShares MSCI Brazil ETF, conhecido pelo ticker EWZ, cedia 3,4% com o movimento de Bolsonaro. O fundo é tratado popularmente como “Ibovespa dolarizado“, pois é o mais líquido do mundo ligado a ações de companhias brasileiras

Os investidores precificam a intervenção do presidente, que antecipou em sua tradicional live de quinta-feira que haveria mudanças na estatal.

Bolsonaro estava acuado pelas reclamações de sua base eleitoral que pressionava contra os reajustes de combustíveis — especialmente o diesel.

Petrobras vira alvo de Bolsonaro

Encurralado, o presidente da República respondeu à forte repercussão causada pelo reajuste de preços da Petrobras dizendo que “alguma coisa” aconteceria na companhia, porém não entrou em detalhes.

Na transmissão, Bolsonaro sinalizou isso vai ter “uma consequência, obviamente”, em aviso à Castello Branco, que, segundo o mandatário, teria dito que não ter “nada a ver com os caminhoneiros”.

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Ainda hoje, o chefe do Executivo reforçou a intenção de mudança da administração da companhia hoje durante discurso em Sertânia (PE). “Anuncio que teremos mudança, sim, na Petrobras. Jamais vamos interferir nessa grande empresa na sua política de preço, mas o povo não pode ser surpreendido com certos reajustes”, disse.

Castello Branco entra na mira

Agora, depois de mais de dois anos de Roberto Castello Branco à frente da empresa, o governo federal indicou o nome de Joaquim Silva e Luna para a presidência da estatal.

A decisão ainda cabe ao conselho de administração da empresa, formado não somente pela União, mas também por acionistas independentes. O conselho da Petrobras deve se na terça-feira (23) para deliberar sobre o caso.

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Arthur Guimarães

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