Quais foram as principais ações ganhadoras e perdedoras em cada governo no Brasil?

O mercado financeiro segue incerto com os rumos econômicos que a nova gestão petista, sob o comando de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adotará nos próximos quatro anos. Afinal, não é novidade para ninguém que o novo governo apostará em um papel mais intervencionista do estado na economia. Por isso, fica a pergunta: quais ações serão vencedoras ou perdedoras no novo governo?

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Um estudo da Economatica pode ajudar a responder essa pergunta, mostrando quais companhias foram as maiores ações ganhadoras e perdedoras de valor em cada governo. Para isso, o levantamento observou dados que se referem desde o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 1995, até o governo Bolsonaro.

Considerando a gestão de todos os presidentes dos últimos 27 anos, o estudo também visou demonstrar a reação do mercado desde a eleição de cada novo presidente. Levando-se em conta apenas as ações do índice Ibovespa, foi possível analisar as movimentações com maior liquidez.

Para te ajudar a visualizar esses movimentos, compilamos do estudo da Economatica as 5 ações com maiores retornos e as 5 com menores retornos em cada um dos governos.  Confira a seguir!

Ações vencedoras e perdedoras no governo FHC I (1994-1998)

De acordo com o levantamento, o Banespa (529%) foi a ação com maior valorização nos primeiros quatro anos de governo. Entre 1994 e 1998, o top 5 de ações tinha Itaú Unibanco (ITUB4), alta de 123%, Ambev (120%) com o ticker AMBV4, Souza Cruz (83%) e Telefônica Brasil, então VIVT4 (78%). O Ibovespa subiu 22% no período.

Por outro lado, as maiores ações que perderam valor foram Am Inox BR (-93%), Sharp (-85%), Klabin (KLBN4), perdas de 83%, Unipar (UNIP6), baixa de -73%, e Braskem (BRKM5), queda de 69%.

Ações vencedoras e perdedoras no governo FHC II (1998-2002)

Enquanto isso, no segundo mandato, entre 1998 e 2002, Embraer (EMBR3) subiu 1.229%, seguida de Fibria (886%) e Aracruz (718%). Além disso, Petrobras, ticker PETR3 (640%), e Gerdau (GGBR4), avanço de 551%, completam o quadro das cinco ações ganhadoras nesse governo.

No entanto, as maiores quedas no período foram de Inepar (-95%), Net (-92%), Embratel (-81%), Vivo (-62%) e Light (LIGT3), recuo de 56%.

Ações vencedoras e perdedoras no governo Lula I (2002-2006)

Já a partir da vitória de Lula para seu primeiro mandato presidencial, em 2002, foi possível observar que houve maior alta na Usiminas (USIM5), 1.823%, seguida de CCR (CCRO3), 1.458%, Siderúrgica Nacional (1.276%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4), 1.027%, e Gerdau (764%). Junto a isso, o Ibovespa subiu 323% naquele período. 

Do lado das quedas, apenas duas ações do IBOV tiveram retornos negativos: Light (-26%) e Oi (OIBR3), -5%.

Ações vencedoras e perdedoras no governo Lula II (2006-2010)

Já no segundo mandato de Lula, os retornos foram menores que no governo anterior. A MMX subiu 263%, seguida de Souza Cruz (245%), Transmissão Paulista (244%), Siderúrgica Nacional (241%) e Ultrapar (198%). 

Além disso, as maiores ações perdedoras foram de Gol (GOLL4), -63%, Tam (-40%), Embraer (-39%), Telemar (-31%) e Cosan (CSAN3), -24%.

Ações vencedoras e perdedoras no governo Dilma I (2010-2014)

Durante a primeira gestão do governo de Dilma Rousseff, as maiores altas de ações foram de Yduqs (YDUQ3), 311%, Cielo (CIEL3), 276%, Ambev (ABEV3), 167%, BRF (BRFS3), 142%, e Embraer (121%). 

Contudo, o Ibovespa caiu -22% naquele primeiro mandato. Junto a isso, as maiores quedas foram de Rossi Resid (-93%), PDG (-88%), Gafisa (-74%), Usiminas (-71%) e Oi (-70%).

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Ações vencedoras e perdedoras no governo Dilma II (2014-2016)

Apesar de não ter completado seu mandato — concluindo apenas 1 ano e 8 meses do segundo mandato —, na segunda gestão de Dilma Rousseff ações vencedoras foram RaiaDrogasil (RADL3), 193%, Equatorial (EQTL3), 122%, Lojas Renner (LREN3), 90%, B3 (B3SA3), 80%, e Lojas Americanas (73%). O Ibovespa subiu 10% naquele período. 

Por outro lado, as principais ações perdedoras no período foram Metalúrgica Gerdau (-73%), Pão de Açúcar (-51%), Usiminas (-45%), Embraer (-40%) e Cesp (-34%).

Ações vencedoras e perdedoras no governo Temer (2016-2018)

Assumindo o mandato após o impeachment de Dilma, Temer viu em seu governo a valorização de ações da Magazine Luiza (MGLU3), 1.470%, Bradespar (BRAP4), 292%, Vale (275%), Fibria (240%) e Braskem (BRKM5), 168%. Além disso, o Ibovespa valorizou 36% no período. 

Já as maiores perdedoras de valor foram Eletrobras (ELET3), -32%, Ultrapar (UGPA3), -46%, BRF (-59%), Cielo (-50%) e CCR (-49%).

Ações vencedoras e perdedoras no governo Bolsonaro (2018-2022)

Já no governo Bolsonaro, as maiores ganhadoras de valor foram de Petrorio (PRIO3), 1.140%, Positivo (POSI3), 550%, Banco BTG (BPAC11), 409%, Banco PAN (BPAN4), 362%, e Copel (CPLE6), 353%. Nesse mesmo período, o Ibovespa acumulou alta de 39%. 

No entanto, as maiores quedas foram de IRB Brasil (IRBR3), -94%, CVC (CVCB3), -84%, Cogna (COGN3), -74%, Cielo (-46%) e Braskem (-46%).

Expectativas para o novo governo Lula (2022-2026)

Embora o mercado ainda esteja incerto com a nova gestão de Lula, ao menos a possível dobradinha entre Haddad e Arida para assumir o Ministério da Fazenda foi recebida com otimismo. Agora, saber quais serão as ações ganhadoras e perdedoras de valor no novo governo segue sendo uma incógnita.

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Janize Colaço

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