Valor do ouro dispara e ETFs do setor fazem sucesso; é hora de investir?
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O ouro superou pela primeira vez a marca de US$ 4 mil por onça-troy, consolidando-se como o ativo de maior destaque em 2025. O movimento, segundo Danilo Moreno, analista de ETFs da Investo, reflete uma combinação de fatores macroeconômicos e geopolíticos.

De um lado, a persistência das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, somada à desaceleração do crescimento global, reforçou a busca por ativos de proteção.
De outro, a expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve reduziu o custo de oportunidade de manter ouro, impulsionando a demanda.
Além disso, bancos centrais de diversos países seguem comprando volumes recordes do metal, com o objetivo de diversificar reservas e reduzir a dependência do dólar. “Esses movimentos sustentam a pressão altista e explicam por que o ouro vive um novo ciclo de valorização”, afirma Moreno.
O avanço também é alimentado pela percepção de que o ouro continua sendo um ativo real, escasso e com valor intrínseco, capaz de preservar poder de compra em cenários de estresse financeiro e inflação elevada.
Ouro mantém papel de proteção em meio à era digital
Mesmo com o crescimento de setores como tecnologia, inteligência artificial e criptomoedas, o ouro mantém sua relevância como ativo de proteção. “O avanço de setores digitais trouxe novas oportunidades de investimento, mas também ampliou a volatilidade estrutural dos mercados. O ouro segue sendo um porto seguro preferido por bancos centrais e investidores institucionais”, explica o analista.
Para Moreno, a principal diferença entre o ouro e as criptomoedas é a comprovação histórica da função de reserva de valor. “O ouro atravessou milênios mantendo sua credibilidade. Em momentos de perda de confiança nas moedas fiduciárias, ele continua sendo o refúgio mais confiável.”
ETFs ampliam o acesso ao metal
Para investidores interessados em se expor ao ouro, ETFs como o GLDX11 oferecem liquidez e praticidade em comparação à compra do metal físico. “Investir em ouro físico envolve despesas com custódia, transporte, seguro e logística. O ETF permite acessar o preço do ouro pela Bolsa, de forma simples e segura”, explica Moreno.
Além de eliminar os custos de armazenamento, o ETF facilita o rebalanceamento da carteira e reduz o risco operacional, permitindo ajustes com poucos cliques.
Por exemplo, o GLDX11 busca refletir o desempenho do preço do ouro à vista em reais, investindo em um fundo no exterior que detém ouro físico alocado e auditado, armazenado em cofres de alta segurança.
“É uma estrutura transparente e sem uso de derivativos. O investidor brasileiro tem exposição direta ao ouro, com a variação traduzida para o real, o que torna o produto fiel ao comportamento do metal no mercado internacional”, explica o analista.
Com valorização acima de 40% no ano, o GLDX11 acompanhou a disparada do ouro global. Para Moreno, embora correções pontuais sejam naturais, o cenário ainda favorece o ativo.
“A continuidade das tensões geopolíticas, a política fiscal expansionista em grandes economias e o movimento de desdolarização das reservas internacionais seguem atuando como vetores de suporte. O ouro continua sendo peça estratégica para diversificação e preservação de patrimônio no longo prazo”, conclui.