Fundos imobiliários seguem mercado e IFIX tem primeira queda da semana
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O mercado de fundos imobiliários seguiu a tendência da B3, que operou em queda nesta terça-feira (19) sob o temor de sanções norte-americanas aos bancos brasileiros, e viu o IFIX registrar a primeira queda da semana. O índice de FIIs fechou o pregão em 3.428,73 pontos, recuo de 0,18% em relação ao resultado da véspera.

O principal destaque positivo do dia foi o GZIT11, FII de shopping centers, que subiu 3,31%, negociado a R$ 44,63. Mesmo com essa valorização, ele segue como um dos fundos mais descontados entre os componentes do IFIX, com P/VP de 0,49x, considerando o valor patrimonial por cota, de R$ 90,62.
O TRBL11, que anunciou o recebimento de uma parcela de R$ 49,9 milhões pela venda de um ativo na Baixada Fluminense, fechou em R$ 57,10, alta de 0,88% — suficiente para ficar entre as principais altas de um dia de oscilações negativas.
- Maiores Altas
- Maiores Baixas
Na outra ponta, o PATL11 registrou a maior queda do dia, de 2,26%, a R$ 55,70, seguido do TEPP11, que caiu 2,12%, negociado a R$ 78,60 no fim do pregão. Entre os FIIs de maior liquidez, o MXRF11 fechou estável, em R$ 9,55, enquanto o CPTS11 teve queda de 0,14%, a R$ 7,29.
Fundos imobiliários caem na esteira de tensão sobre bancos
O IFIX operou em queda principalmente a partir do começo da tarde, fechando pouco acima da mínima, enquanto o mercado assimilava o cenário de tensão que se colocou no mercado de ações desde a manhã, afetando principalmente as cotações dos grandes bancos. O motivo foi a reação negativa de investidores a um despacho do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), informando que legislações estrangeiras só podem ser aplicadas no Brasil após o aval da Justiça brasileira.
Embora não tenha sido mencionada diretamente, trata-se de uma resposta à Lei Magnitsky, usada pelos Estados Unidos para impor sanções a outro ministro do STF, Alexandre de Moraes, no final de julho. A legislação prevê o bloqueio de contas bancárias e bens em solo norte-americano, além de restrições a instituições financeiras que mantenham relações comerciais com os alvos das sanções.
O temor é que os principais bancos nacionais de varejo possam sofrer punições e sanções em suas operações nos EUA como reação à não aplicação da lei contra Moraes. Com isso, o mercado viu um forte movimento de venda e de aversão ao risco, que acabou revertendo a tendência da véspera e derrubando os mercados de renda variável como um todo.
IFIX — resumo do dia 19/08/2025
- Fechamento: 3.428,73 pontos (-0,18%)
- Mínima: 3.428,61 (-0,18%)
- Máxima: 3.439,24 (+0,13%)
- Acumulado da semana: +0,08%
- Acumulado do mês: -0,22%
- Acumulado do ano: +10,03%
A carteira teórica do IFIX é renovada a cada quatro meses pela B3. A seleção dos fundos imobiliários leva em conta fatores como valor patrimonial, regularidade no pagamento de dividendos e liquidez das cotas. A atual composição da carteira, com 117 FIIs, vale até o fim deste mês.