Desinvestimentos da Petrobras (PETR4) são positivos para ações, aponta analista; veja os impactos
A Petrobras (PETR3; PETR4) voltou a discutir sua política de desinvestimentos. Durante evento na semana passada, a presidente da estatal, Magda Chambriard, afirmou que a estatal estuda o futuro do Polo Bahia, avaliando se o ativo será mantido, terceirizado ou vendido.

Na avaliação de João Daronco, analista CNPI da Suno, esse movimento pode ser positivo para as ações da Petrobras. Segundo ele, ao vender ativos não estratégicos e de baixa relevância operacional, a companhia consegue otimizar seu portfólio, reforçar o foco no Pré-sal e ainda melhorar seu fluxo de caixa livre.
Entenda os desinvestimentos da Petrobras
De acordo com João Daronco, a Petrobras avalia vender ativos como o Polo Bahia, um campo terrestre cuja produção representa entre um terço e metade da operação da PetroRecôncavo (RECV3). “Para uma junior oil, é um ativo relevante, mas para a Petrobras não é nada comparado ao seu tamanho total”, afirmou.
A Petrobras tem priorizado o foco no pré-sal, considerado seu core business. “A expertise da companhia se dá hoje na operação do pré-sal. Não faz tanto sentido gastar tempo e foco em ativos menores como o Polo Bahia”, explicou Daronco. Segundo ele, um único poço do Pré-sal já é mais produtivo do que todo o Polo Bahia.
A própria presidente da Petrobras confirmou que o destino do ativo ainda está em avaliação. “Está na nossa mesa e a gente não decidiu ainda o que vai fazer, se fica com a gente, se terceiriza a operação ou repassa o ativo”, disse Magda Chambriard. Segundo ela, o cenário de preço do petróleo influencia diretamente essa análise. “Quando se tem um barril a US$ 100, US$ 90… isso faz mais sentido do que quando está a US$ 65”.
Como isso impacta as ações PETR3 e PETR4?
Para o analista da Suno, os desinvestimentos contribuem para melhorar o fluxo de caixa da companhia. Quando a Petrobras vende um ativo, o valor entra na conta de investimentos, o que melhora o indicador de fluxo de caixa livre. “O dinheiro está vindo para você. Melhora o seu fluxo de caixa livre. É isso que pode acontecer”, afirmou.
Daronco reforça que esse movimento também é positivo para a estratégia operacional. “É positivo desinvestir porque faz a Petrobras focar no core business dela, que é o Pré-sal”. Ele ainda ressalta que, diante da queda recente no Brent, entre US$ 80 e US$ 85 para cerca de US$ 65, faz sentido a companhia “vender ou terceirizar a operação de ativos que não sejam mais interessantes”.
Outro fator que sustenta esse posicionamento da Petrobras é o cenário global de petróleo. Segundo Daronco, a queda no Brent é resultado do aumento da oferta, puxado por diversos produtores, e da redução da demanda com o risco de recessão nos Estados Unidos. “Você tem o momento de aumento de oferta e diminuição de demanda. O preço de equilíbrio fica mais baixo”, disse o analista.
De acordo com o analista, os desinvestimentos otimizam o portfólio da empresa e ajudam a gerar mais caixa em um momento de pressão nos preços internacionais. “A Petrobras (PETR4) começa a fazer alguns movimentos de otimizar o seu portfólio e focar no core business. Isso é o que a gente gostaria de ver”, explica ele.