João Canhada

Bitcoin e o incrível fenômeno da depressão de inverno

Como o ambiente pode mudar nossa visão de mundo e atrapalhar nossa visão de longo prazo

Estou no mercado de criptomoedas desde 2014, de lá para cá já vi muitas altas e baixas . Nesses diversos ciclos, típicos de um ativo novo em uma economia instável, aprendi algumas lições que vou compartilhar neste artigo.

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Mas antes eu preciso contar uma história extremamente interessante sobre como o ambiente pode mudar nossa visão de mundo e atrapalhar nossa visão de longo prazo.

A depressão de inverno explicada pela ciência

Em 1980, o cientista de origem sul-africana Norman E. Rosenthal notou um fato pitoresco ao se mudar para o frio estado de Nova York nos Estados Unidos: seu humor também mudava no inverno norte-americano em comparação com os dias ensolarados de Joanesburgo.

Nos dias frios e mais curtos do inverno nova-iorquino ele se sentia menos energético e feliz. Seria o frio o causador dessa mudança? O próprio estado de Nova York?

Conduzindo diversos estudos com mais de 662 participantes, Rosenthal descobriu que a quantidade de luz a que uma pessoa é exposta durante o dia pode impactar fortemente no humor.

Ele efetivamente descobriu a “depressão de inverno” ou transtorno sazonal que afeta fortemente os índices de depressão em países em que os invernos proporcionam pouca exposição à luz solar.

Em alguns países nórdicos os dias podem proporcionar apenas 3 horas de exposição solar.

Isso causa a desregulamentação da produção de melatonina, afetando os ciclos de sono e consequentemente o humor. Esse é um problema sério, estudado por muitos médicos e pesquisadores.

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O transtorno sazonal do mercado e o Bitcoin

Da mesma forma que há mudanças de humor conforme o clima, na economia também vemos esse fenômeno.

Acabamos de sair de uma crise, temos uma guerra na Europa, instabilidades políticas em diversos países, a dívida pública global está chegando a um nível alarmante e a inflação em boa parte do mundo está batendo recordes.

Nesse cenário de incertezas, geralmente o investidor busca retirar o dinheiro de novidades como startups, empresas de tecnologia e inovações como as criptomoedas e voltar seu dinheiro a títulos públicos.

Isso acontece porque os governos começaram a dar remédios anticíclicos para o mercado sem atacar a causa do problema. Quem lembra do governo dos Estados Unidos passando pacotes de estímulos de centenas de bilhões de dólares?

Isso foi feito para erguer a economia em um momento de fragilidade econômica, acontece que o remédio acabou viciando os mercados em dinheiro fácil e abundante.

Como consequência, muitas pessoas investiram em negócios ruins.

Esse é o conceito de malinvestment, descrito de forma mais técnica por Ludwig von Mises:

“A popularidade da inflação e da expansão do crédito, a fonte última das repetidas tentativas de tornar as pessoas prósperas pela expansão do crédito e, portanto, a causa das flutuações cíclicas dos negócios, manifesta-se claramente na terminologia costumeira. Sua inevitável consequência, o reajuste das condições aos dados reais do mercado, é chamada de crise, queda, mau negócio, depressão. As pessoas se rebelam contra a percepção de que o elemento perturbador está no mau investimento e consumo excessivo do período de expansão e que tal expansão induzida artificialmente está condenada.”

A intervenção exagerada do governo na economia causa ciclos de alta e baixa constantes, fazendo o mercado e a sociedade sofrerem. Isso acontece porque o Estado tem o controle do dinheiro.

Voltando a nossa comparação com a descoberta do Dr. Rosenthal, o Estado te dá um dia de sol em uma praia do Caribe para então te trancar por anos em um clima frio e sem luz, te tratando com remédios paliativos.

O verão monetário do Bitcoin

Entre muitos economistas é um consenso que o Estado dificilmente consegue gerir as políticas econômicas de forma sóbria, sem populismo e olhando para o longo prazo.

É aí que surge o Bitcoin, um ativo neutro, com uma política monetária previsível, que surgiu da natural evolução da internet e é independente do Estado.

Muitos investidores acreditam que os remédios dos Bancos Centrais serão o suficiente para consertar nossa economia, mas sabemos que daqui a alguns anos estaremos em uma outra crise, pior e mais devastadora.

O remédio para isso é óbvio, tomar o sol do Bitcoin. Por coincidência do destino, o primeiro país que adotou a criptomoeda como moeda oficial, El Salvador, teve como inspiração uma praia onde as pessoas começaram a aceitar BTC.

No Brasil, temos a BitcoinBeachBR, em Jericoacoara (CE), outra praia ensolarada e lindíssima, cheia de bitcoiners.

A queda no mercado de criptomoedas é uma nuvem passageira causada pela poluição dos bancos centrais. E para você que está pensando em comprar criptomoedas, lembre-se que o melhor momento de comprar viagens e roupas para o verão é no inverno, o guarda-sol no dia nublado é mais barato.

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Nota

Os textos e opiniões publicados na área de colunistas são de responsabilidade do autor e não representam, necessariamente, a visão do Suno Notícias ou do Grupo Suno.

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