Indústria de ração animal brasileira sente impacto com baixa na avicultura

Nova projeção da indústria de ração animal do Brasil aponta um crescimento menor do que o que havia sido previsto inicialmente, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), na última segunda-feira (18).

A expectativa no final de 2018 era de que a produção de ração animal e sal mineral crescesse cerca de 3% em 2019. No entanto, a projeção acabou sendo revisada para 2,1%, mantendo a marca recorde, mas dessa vez com 73,7 milhões de toneladas.

Um dos fatores que impactou o setor foi a restrição da Arábia Saudita, ainda em janeiro, referente a exportação de carne de frango do país. Dessa forma, a demanda da indústria de frango de corte, maior consumidora de ração do país, diminuiu e, assim, foi realizada a revisão.

De acordo com o estimativa anterior do Sindirações, o setor teria uma alta de 2% na produção para a avicultura de corte. Atualmente, a entidade considera uma alta de 1,4% após a queda de 2% em 2018, principalmente por conta da greve dos caminhoneiros.

“É um previsão até otimista para 2019, difícil ter mais sucesso do que já estamos projetando”, afirmou o vice-presidente-executivo do Sindirações, Ariovaldo Zani, à “Reuters”.

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Avicultura prejudicada

Além da China confirmar que serão colocadas tarifas sobre as importações brasileiras de frango (exceto 14 empresas que vendem acima de um valor determinado), existem também incertezas referentes a custos de produção.

Maiores despesas relativas a tabela de frete, questões tributárias e cambiais estão nos olhares dos produtores. Além disso, o setor aguarda uma movimentação do governo para aprovar a reforma da Previdência. Dessa forma, com a reforma, o mercado seria impulsionado, principalmente por conta da atração de novos investimentos.

“Havendo melhora de renda, evidentemente a pessoa não vai comer ovo todo dia, primeiro vai no frango, depois no suíno e no bovino”, disse Zani.

Mesmo que as exportações sejam importantes para a indústria de ração, o mercado interno é o que realmente alavanca o crescimento no setor.

“Ainda não vemos reação da economia. Está todo mundo esperançoso, ainda estamos surfando em cima de um sonho”, declarou o dirigente do Sindirações.

De acordo com o Zani, as previsão do Sindirações já consideravam uma demanda maior na produção de ração animal devido a alta na pedida de carnes nacionais, por conta da alta na venda para russos e chineses. No entanto, isso acontece por conta da peste suína africana, que está afetando a China.

Renan Bandeira

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