Para quem pretende começar os investimentos no mercado financeiro, é essencial saber qual o seu perfil de investidor.
Conhecer o seu vai te permitir investir com mais segurança e assertividade, uma vez que, através dele, o investidor conhecerá qual é o seu perfil de tolerância ao risco.
Inclusive, ainda em 2025, a pesquisa referente ao perfil do investidor continua sendo exigido por lei para orientar as corretoras e demais instituições a recomendar e oferecer os produtos financeiros mais adequados aos seus clientes.
Desse modo, acompanhe nosso guia definitivo do perfil de investidor e entenda o que o seu apetite para risco diz sobre você.
O perfil de investidor é uma categorização que define como uma pessoa lida com riscos, quais são seus objetivos financeiros e de que forma reage às oscilações naturais do mercado. Essa identificação é usada para orientar quais produtos de investimento são mais adequados para cada indivíduo, respeitando sua realidade econômica, sua experiência no mercado e seu comportamento diante de perdas ou ganhos.
A definição do perfil é um processo técnico e regulatório. Segundo a Resolução CVM nº 30/2021, todas as instituições financeiras autorizadas a ofertar produtos devem realizar uma análise de suitability, ou seja, um teste de adequação que permite traçar o perfil do investidor. Essa exigência substituiu a antiga Instrução CVM nº 539 e foi complementada posteriormente pelas Resoluções CVM nº 162/22 e 179/23.
Na prática, conhecer seu perfil de investidor é uma das primeiras etapas para iniciar no mundo dos investimentos de forma segura, consciente e estratégica. Ele ajuda a evitar alocações incompatíveis com os objetivos ou com a tolerância ao risco da pessoa, o que pode gerar frustrações e prejuízos desnecessários.

Por que o perfil de investidor é importante?
Saber qual é o seu perfil de investidor é mais do que preencher um requisito burocrático: trata-se de uma ferramenta poderosa de autoconhecimento financeiro. Essa classificação influencia diretamente a construção de uma carteira de investimentos coerente, reduzindo riscos desnecessários e melhorando as chances de atingir os objetivos traçados.
Entre os principais benefícios de conhecer o seu perfil, destacam-se:
- Melhor alinhamento entre expectativas e realidade: evita frustrações ao permitir que o investidor saiba o que esperar em termos de volatilidade e retorno;
- Proteção contra decisões impulsivas: conhecendo seus limites, o investidor tem mais clareza na hora de enfrentar quedas de mercado;
- Base para diversificação estratégica: o perfil indica como distribuir os ativos entre renda fixa, variável, fundos e produtos alternativos;
- Cumprimento regulatório: a instituição financeira tem o dever de oferecer apenas produtos compatíveis com o perfil do cliente, conforme as normas da CVM.
Além disso, o perfil serve como um parâmetro evolutivo: ao longo do tempo, conforme o investidor ganha conhecimento e confiança, é comum que ele migre de um perfil mais conservador para um mais arrojado.
O que influencia o perfil de investidor?
Vários fatores contribuem para a definição do perfil de investidor. Embora o aspecto mais visível seja a tolerância ao risco, o processo considera uma combinação entre fatores objetivos (como renda, idade, horizonte de investimento) e subjetivos (como conhecimento do mercado e comportamento emocional).
Fatores objetivos:
- Renda mensal: quanto maior a renda e a sobra de capital, maior tende a ser a disposição para correr riscos;
- Patrimônio acumulado: pessoas com mais ativos costumam ter maior flexibilidade para assumir riscos em uma parte da carteira;
- Horizonte de investimento: quem tem metas de longo prazo pode suportar mais volatilidade;
- Liquidez necessária: investidores que precisam resgatar os recursos em curto prazo tendem a buscar ativos mais seguros.
Fatores subjetivos:
- Conhecimento do mercado: quanto mais familiaridade com produtos financeiros, maior a propensão a aceitar riscos;
- Experiência prévia com perdas ou ganhos: vivências passadas influenciam diretamente a forma como o investidor encara novas decisões;
- Comportamento emocional: investidores mais avessos à incerteza tendem a ser conservadores, mesmo com bom conhecimento técnico.
Essas variáveis são combinadas em testes de suitability que buscam compreender não só a capacidade financeira do investidor, mas também o seu comportamento diante de situações adversas.
O mercado financeiro classifica os investidores em três categorias principais, conhecidas como os 3 perfil de investidor. Essa divisão serve como base para o planejamento financeiro individual e é amplamente reconhecida por instituições, analistas e planejadores.

Perfil conservador
O investidor conservador é aquele que prioriza segurança e estabilidade. Seu foco está na preservação do capital, com baixa tolerância a oscilações e perdas. Normalmente, esse perfil se sente desconfortável com a possibilidade de volatilidade, mesmo que isso implique em renúncia a maiores retornos.
Características:
- Alta aversão ao risco;
- Preferência por investimentos de renda fixa;
- Objetivos de curto e médio prazo;
- Necessidade de liquidez e previsibilidade.
Exemplos de produtos adequados:
- Tesouro Selic;
- CDBs com garantia do FGC;
- Fundos DI;
- LCI e LCA.
Esse perfil é comum entre aposentados, pessoas com baixa tolerância emocional a perdas e investidores em fase inicial de acúmulo de patrimônio. Mesmo dentro dessa classificação, é possível aplicar estratégias conservadoras de diversificação e proteger o poder de compra frente à inflação.
Perfil moderado
O perfil moderado representa um ponto de equilíbrio entre segurança e rentabilidade. Esse investidor aceita algum grau de risco em busca de retornos superiores aos da renda fixa tradicional, desde que haja um controle adequado das perdas potenciais.
Características:
- Tolerância a oscilações moderadas;
- Interesse por diversificação;
- Objetivos de médio e longo prazo;
- Conhecimento básico ou intermediário sobre produtos financeiros.
Produtos indicados:
- Fundos multimercado;
- Fundos imobiliários;
- Ações de empresas sólidas e pagadoras de dividendos;
- Debêntures incentivadas.
O investidor moderado valoriza a previsibilidade, mas entende que o crescimento real do patrimônio depende de certo nível de risco. A diversificação é uma estratégia central para esse perfil, diluindo a exposição e aproveitando diferentes classes de ativos.
Perfil arrojado
O perfil arrojado — também conhecido como agressivo — representa o investidor que busca rentabilidade acima da média, mesmo assumindo um nível elevado de risco. Esse investidor aceita que sua carteira tenha alta volatilidade, está preparado para enfrentar perdas temporárias e costuma ter um horizonte de investimento mais longo.
Características:
- Alta tolerância à volatilidade e oscilações bruscas;
- Conhecimento mais técnico sobre produtos de investimento;
- Foco em crescimento do patrimônio no longo prazo;
- Menor necessidade de liquidez imediata.
Produtos indicados:
- Ações (com ênfase em empresas de crescimento);
- ETFs setoriais ou internacionais;
- Fundos de ações e fundos cambiais;
- Derivativos, como opções e contratos futuros;
- Ativos no exterior (BDRs, REITs).
O investidor arrojado tende a acompanhar o mercado mais de perto, revisando sua carteira com frequência e se adaptando a mudanças macroeconômicas. Mesmo com esse apetite por risco, estratégias de diversificação e rebalanceamento periódico continuam sendo fundamentais para mitigar perdas excessivas.
Compreender as diferenças entre os tipos de perfil de investidor permite estruturar carteiras coerentes com os objetivos e o nível de risco aceitável. Abaixo, apresentamos um quadro comparativo:
Aspecto | Conservador | Moderado | Arrojado |
Tolerância a risco | Baixa | Média | Alta |
Horizonte de investimento | Curto/Médio prazo | Médio prazo | Longo prazo |
Preferência | Segurança | Equilíbrio | Rentabilidade |
Produtos preferenciais | Renda fixa tradicional | Fundos, FII, ações estáveis | Ações, ETFs, derivativos |
Volatilidade aceitável | Mínima | Moderada | Elevada |
Liquidez desejada | Alta | Média | Baixa |
A categorização é uma referência, não uma regra rígida. Dentro de cada perfil, há nuances que podem variar de acordo com a experiência, os objetivos e o momento de vida do investidor.
Conservador
- 70% em renda fixa pós-fixada (Tesouro Selic, CDBs, fundos DI);
- 15% em renda fixa indexada à inflação (Tesouro IPCA, LCI, LCA);
- 10% em fundos multimercado de baixa volatilidade;
- 5% em renda variável ou fundos de ações (opcional, para diversificação mínima).
Neste perfil, a preservação do capital é a prioridade. A exposição à renda variável é discreta e feita com ativos de alta previsibilidade, como ações de empresas consolidadas.
Moderado
- 50% em renda fixa (dividida entre pós-fixada, IPCA e pré-fixada);
- 25% em fundos multimercado e de crédito privado;
- 20% em renda variável (ações, FIIs);
- 5% em ativos alternativos (ETFs, fundos cambiais ou internacionais).
Essa composição busca equilíbrio entre segurança e crescimento patrimonial. A diversificação é central, com foco em mitigar riscos sem abrir mão de retornos acima da média.
Arrojado
- 30% em renda fixa (principalmente para reserva de liquidez e amortecimento de risco);
- 50% em ações, BDRs e ETFs temáticos;
- 15% em fundos multimercado de maior volatilidade;
- 5% em derivativos ou ativos alternativos (como criptomoedas ou commodities).
A ênfase está no crescimento acelerado do capital no longo prazo. Apesar da exposição ao risco, o investidor arrojado ainda mantém uma reserva de liquidez e mecanismos de defesa.
Como funciona o teste de suitability?
O teste de suitability é uma ferramenta estruturada composta por perguntas objetivas, voltadas a entender a situação e o comportamento do investidor. A maioria das instituições utiliza plataformas automatizadas para aplicação e análise do resultado.
As perguntas geralmente abordam:
- Faixa de renda e disponibilidade de capital;
- Objetivos (aposentadoria, compra de imóvel, reserva de emergência, etc.);
- Prazo de permanência dos recursos aplicados;
- Grau de conhecimento técnico;
- Comportamento frente a perdas simuladas.
Com base nas respostas, o sistema classifica o investidor em um dos três perfis e define quais produtos poderão ser ofertados automaticamente.
Independentemente do perfil, uma boa gestão exige revisão e rebalanceamento periódico. Isso significa verificar se a proporção entre os ativos está coerente com o perfil definido e com os movimentos do mercado.
Por exemplo: se um investidor moderado tem 20% da carteira em ações e, após um forte bull market, essa participação sobe para 35%, ele passa a correr mais risco do que o adequado para seu perfil. O rebalanceamento corrige esse desvio, vendendo parte do que valorizou para retornar à proporção original.
Esse processo também é uma oportunidade para avaliar se houve mudança no próprio perfil de investidor, como novos objetivos, alterações na renda ou maior maturidade financeira.
O termo suitability vem do inglês e significa “adequação”. No mercado financeiro, refere-se à obrigação legal das instituições financeiras de oferecer produtos compatíveis com o perfil de investidor do cliente.
Essa exigência foi reforçada pela Resolução CVM nº 30/2021, que determinou uma série de responsabilidades para bancos, corretoras e distribuidoras:
- Realizar teste de perfil (questionário) no início do relacionamento com o cliente;
- Atualizar esse teste a cada dois anos ou quando houver mudança significativa;
- Recusar ou alertar o cliente ao tentar aplicar em produtos incompatíveis com seu perfil;
- Manter registros das interações e da adequação das ofertas.
O suitability protege o investidor contra decisões mal orientadas, além de reduzir o risco de litígios e sanções às instituições. Na prática, ele exige que o produto oferecido faça sentido para o perfil, objetivo e conhecimento do investidor.
O teste de suitability é uma ferramenta estruturada composta por perguntas objetivas, voltadas a entender a situação e o comportamento do investidor. A maioria das instituições utiliza plataformas automatizadas para aplicação e análise do resultado.
As perguntas geralmente abordam:
- Faixa de renda e disponibilidade de capital;
- Objetivos (aposentadoria, compra de imóvel, reserva de emergência, etc.);
- Prazo de permanência dos recursos aplicados;
- Grau de conhecimento técnico;
- Comportamento frente a perdas simuladas.
Com base nas respostas, o sistema classifica o investidor em um dos três perfis e define quais produtos poderão ser ofertados automaticamente.
Apesar de o investidor poder investir fora do perfil — desde que assuma a responsabilidade —, essa prática é desaconselhada. Os riscos incluem:
- Desconforto emocional diante de perdas;
- Venda prematura de ativos em momentos de baixa;
- Comprometimento de objetivos financeiros;
- Potencial descumprimento regulatório por parte da instituição.
O investidor arrojado pode investir em produtos conservadores, mas o contrário demanda cautela e reforço na educação financeira.
A regulamentação do perfil de investidor e do processo de suitability é fundamentada na Resolução CVM nº 30/2021, que substituiu a antiga Instrução CVM nº 539/2013. Essa norma estabelece os parâmetros obrigatórios que instituições financeiras devem seguir para garantir que seus clientes invistam de maneira adequada ao seu perfil.
A Resolução foi elaborada com base em princípios de proteção ao investidor, alinhamento com melhores práticas internacionais e modernização do mercado de capitais brasileiro. Entre seus pontos principais, destacam-se:
- Obrigatoriedade da análise de perfil antes da oferta de produtos financeiros;
- Atualização obrigatória do perfil a cada 24 meses;
- Revisão do perfil sempre que houver mudança relevante na situação do investidor;
- Dever de orientar o investidor sobre os riscos de produtos incompatíveis com seu perfil;
- Exigência de registros e evidências de que as recomendações seguiram o perfil traçado.
Posteriormente, a CVM publicou duas atualizações relevantes:
- Resolução CVM nº 162/2022: flexibilizou algumas obrigações operacionais para agentes autônomos de investimento;
- Resolução CVM nº 179/2023: aperfeiçoou os critérios de avaliação da experiência do investidor e seus objetivos.
Essas alterações reforçam o compromisso do regulador com um mercado mais transparente, seguro e voltado ao investidor de varejo.
Além das resoluções, a CVM também publicou o Ofício Circular CVM/SMI/SIN 02/2021, com diretrizes práticas sobre o processo de suitability. O documento orienta sobre:
- A frequência de atualização do perfil;
- Como lidar com perfil incompleto ou desatualizado;
- Regras para oferta ativa ou passiva de produtos;
- Responsabilidades das instituições frente a investimentos fora do perfil.
Esse ofício é uma referência operacional importante para plataformas, bancos e corretoras, especialmente diante do crescimento do número de investidores pessoa física nos últimos anos.
Com a evolução do mercado e o aumento da digitalização, diversas corretoras e plataformas passaram a oferecer ferramentas mais sofisticadas para a identificação do perfil de investidor. Essas soluções vão além do simples questionário e incorporam tecnologias de análise comportamental, inteligência artificial e testes psicográficos.
1. XP Investimentos: pontuação de risco e alocação recomendada
A XP desenvolveu uma funcionalidade que pontua a carteira do investidor com base no nível de risco dos ativos alocados. O sistema também sugere ajustes e rebalanceamentos de acordo com o perfil identificado.
Além do questionário obrigatório, a plataforma oferece:
- Simulações com base em objetivos;
- Avaliação do comportamento frente à volatilidade;
- Sugestões de produtos e carteiras modelo.
A ideia é transformar o teste de suitability em uma experiência contínua, adaptando as recomendações conforme o desempenho da carteira e as mudanças nos objetivos.
2. Mobills: teste de perfil integrado à jornada financeira
A Mobills, plataforma de controle financeiro, também incorporou um teste de perfil de investidor em seu aplicativo. Ele considera aspectos comportamentais e de planejamento pessoal, como:
- Grau de familiaridade com investimentos;
- Sensibilidade a perdas simuladas;
- Rendimento mensal e gastos fixos;
- Objetivos como aposentadoria, viagem ou compra de imóvel.
Com base nas respostas, o app orienta sobre quais produtos ou classes de ativos são mais indicados para o perfil traçado, além de sugerir conteúdos educativos personalizados.
3. Toro Investimentos: análise emocional e metas
Na Toro, o teste de perfil é estruturado de forma a cruzar informações emocionais e objetivas. A ferramenta considera fatores como:
- Reação frente a cenários hipotéticos de perda ou ganho;
- Conforto com oscilações;
- Metas específicas de curto, médio e longo prazo.
Além disso, a Toro apresenta carteiras sugeridas para cada perfil, com a opção de personalização. Essa abordagem educacional fortalece o entendimento do investidor sobre seu próprio comportamento e melhora a aderência às estratégias recomendadas.
O perfil de investidor não é estático. Ele pode e deve ser reavaliado conforme ocorrem mudanças relevantes na vida financeira, pessoal ou profissional do investidor. É comum, por exemplo:
- Um conservador evoluir para moderado ao ganhar experiência;
- Um moderado tornar-se arrojado após aumentar o patrimônio ou o conhecimento técnico;
- Um arrojado retornar ao perfil moderado diante de um novo objetivo mais conservador (como aposentadoria ou compra de imóvel).
A própria norma da CVM permite que o investidor solicite a reclassificação de perfil a qualquer momento, desde que devidamente registrada e justificada.
Fatores que justificam reclassificação:
- Mudança significativa na renda ou na estrutura de patrimônio;
- Alteração nos objetivos (ex: novo prazo para aposentadoria);
- Evolução no conhecimento técnico e comportamental;
- Eventos pessoais (ex: casamento, nascimento de filhos, herança).
O mais importante é que a reclassificação não seja feita por impulso, mas com base em critérios objetivos e alinhamento com os novos objetivos de vida e tolerância ao risco.
O processo de evolução do perfil está diretamente ligado à educação financeira e à vivência prática no mercado. A cada ciclo de mercado (alta ou baixa), o investidor aprende mais sobre como reage emocionalmente a ganhos e perdas, o que contribui para a maturidade na tomada de decisão.
Além disso, conforme o investidor passa a entender os fundamentos dos ativos, torna-se mais capaz de diferenciar risco real de ruído de mercado, o que permite uma alocação mais eficiente do capital.
Essa evolução natural é saudável e esperada, desde que feita com acompanhamento, autoconhecimento e responsabilidade.
Dentro do universo dos investimentos, as opções representam um dos instrumentos mais complexos e sofisticados. São derivativos que derivam seu valor de ativos como ações, índices ou moedas, e oferecem ao investidor o direito (mas não a obrigação) de comprar ou vender um ativo a um preço predefinido, até uma determinada data.
Investidores que atuam nesse mercado precisam obrigatoriamente ter um perfil arrojado ou profissional. O risco de perdas totais — e até alavancadas — exige alto grau de conhecimento técnico, controle emocional e disciplina operacional.
Características do perfil para operar opções:
- Familiaridade com conceitos como “gama”, “delta”, “theta” e volatilidade implícita;
- Compreensão de cenários e estratégias, como trava de alta, borboleta ou venda coberta;
- Tolerância a perdas totais da posição;
- Capacidade de gerenciar riscos e definir limites operacionais com precisão.
Investir em opções sem dominar esses fundamentos pode expor o investidor a prejuízos significativos e à quebra de capital. Por isso, as corretoras geralmente exigem um processo mais rigoroso de liberação e validação de perfil para permitir acesso a esse mercado.
Além dos aspectos técnicos e financeiros, o comportamento do investidor exerce influência direta sobre a definição do perfil. Estudos da economia comportamental demonstram que o ser humano não age de forma 100% racional ao tomar decisões de investimento — sendo influenciado por emoções, percepções distorcidas e padrões de pensamento inconscientes.
Essas distorções cognitivas são chamadas de viéses comportamentais e podem fazer com que o investidor aja de maneira incompatível com seu próprio perfil, mesmo após identificar corretamente sua categoria.
Principais viéses comportamentais:
1. Aversão à perda
A tendência de sentir mais intensamente a dor de uma perda do que o prazer de um ganho equivalente. Esse viés faz com que muitos investidores vendam ativos na baixa por medo de novas perdas, contrariando estratégias de longo prazo.
2. Excesso de confiança
A ilusão de que se conhece mais sobre o mercado do que realmente se sabe. É comum entre investidores iniciantes que obtêm retornos rápidos e acreditam poder replicar esse desempenho indefinidamente.
3. Ancoragem
Decisões baseadas em um número ou referência inicial (âncora), ainda que irrelevante. Exemplo: recusar vender uma ação que caiu porque “pagou R$ 30,00 por ela”, mesmo que o novo cenário não justifique esse valor.
4. Viés de confirmação
Tendência a buscar informações que reforcem crenças já formadas, ignorando dados que contradigam a opinião pessoal. Esse comportamento pode prejudicar a análise objetiva de ativos ou cenários.
5. Comportamento de manada
A imitação de decisões da maioria, especialmente em momentos de euforia ou pânico. O investidor segue a multidão por medo de “ficar para trás”, o que pode levar a compras em topo ou vendas em fundo.
Esses viéses são naturais e fazem parte da psicologia humana. No entanto, reconhecê-los e controlá-los é essencial para alinhar o comportamento real com o perfil declarado.
A evolução dos testes de perfil no Brasil acompanha tendências internacionais, como as adotadas nos EUA e na Europa, que já incorporam modelos psicográficos ao suitability tradicional. Em vez de analisar apenas renda, objetivos e prazos, essas abordagens também avaliam:
- Reação emocional a perdas simuladas;
- Estilo de tomada de decisão (impulsivo ou analítico);
- Valores e crenças em relação ao dinheiro;
- Grau de preocupação com o futuro e autonomia.
Com isso, os resultados são mais robustos, permitindo sugestões mais personalizadas de alocação, estratégias e conteúdos educativos. Ferramentas como as da XP, Mobills e Toro Investimentos já caminham nessa direção, promovendo uma análise mais integrada entre razão e emoção.
A educação financeira é o principal vetor de transformação de um perfil de investidor. Ao adquirir mais conhecimento sobre produtos, estratégias, riscos e oportunidades, o investidor desenvolve maior capacidade de análise e ganha confiança para ajustar seu comportamento ao longo do tempo.
Investidores que dedicam tempo para estudar:
- Reduzem sua dependência emocional de notícias e boatos;
- Compreendem que volatilidade não é sinônimo de perda;
- Estabelecem metas claras e viáveis;
- Passam a utilizar ferramentas como diversificação e rebalanceamento com mais autonomia.
Essa evolução permite que perfis originalmente conservadores migrem para posições mais equilibradas ou arrojadas, desde que com base em fundamentos, e não apenas por impulso ou influência de terceiros.
Plataformas como Suno, por exemplo, disponibilizam guias técnicos, análises aprofundadas e materiais educativos que auxiliam investidores em sua jornada de amadurecimento, sempre com foco em valor, disciplina e longo prazo.
O perfil de investidor é mais do que uma formalidade regulatória. Ele representa um reflexo da situação financeira, das ambições e da psicologia de cada pessoa frente ao dinheiro. Ignorar esse perfil ou tentar atuar fora dos seus limites pode comprometer os resultados e a experiência de investimento.
Seja você conservador, moderado ou arrojado, o importante é:
- Alinhar seus investimentos com seus objetivos e prazos;
- Revisar seu perfil periodicamente, à medida que sua vida muda;
- Respeitar seus limites emocionais e financeiros;
- Buscar educação contínua para ampliar seu leque de possibilidades.
Lembre-se: investir é uma maratona, não uma corrida de velocidade. O sucesso de longo prazo está na constância, na disciplina e na coerência com quem você é como investidor.
Esse artigo te ajudou a entender melhor o que é perfil de investidor? Deixe comentários e dúvidas no espaço abaixo.
O que é perfil do investidor?
Perfil do investidor é um conjunto de características que definem a tolerância ao risco, conhecimento sobre o mercado, objetivos e expectativas de um investidor em relação aos seus investimentos.
Quais os tipos de perfil do investidor?
Existem basicamente três tipos de perfil de investidor: conservador, moderado e arrojado (ou agressivo).
Como saber meu perfil de investidor?
Você pode preencher testes em sites de bancos ou de corretoras, assim como ler este texto e se identificar com as características de um perfil.
Porque meu teste de perfil de investidor deu “conservador”
Esse resultado ocorreu porque você se encaixou em algumas características, como alta aversão ao risco, pouco conhecimento sobre o mercado ou prazo limitado para permanecer investido. Desse modo, o melhor é optar por investimentos de renda fixa, que tenham alto grau de segurança e liquidez.
Porque meu teste de perfil de investidor deu “moderado”
Esse resultado ocorreu porque você demonstrou uma aversão a risco média, tendo mais conhecimento sobre o mercado e um horizonte mais longo para seus investimentos. Portanto, você pode estudar mais para se qualificar como arrojado ou optar por fundos multimercado ETFs, ou FIIs.
Porque meu teste de perfil de investidor deu “arrojado” ou “agressivo”
Isso significa que você tem alta tolerância a risco, tem muito conhecimento sobre o mercado financeiro e pode permanecer investido no longo prazo. Contudo, ainda assim, é preciso ter cuidado para saber em qual ativo está investido.
Porque os bancos tem um teste de perfil de investidor?
A CVM obriga as instituições financeiras a manter um registro do seu perfil de investidor para recomendações direcionadas e educação financeira.