Radar do Mercado: Gafisa (GFSA3) – Situação atual da companhia se mostra bastante desafiadora

A Gafisa emitiu, no dia de ontem (07), uma nota de esclarecimento em relação notícias publicadas a seu respeito, as quais considerou apresentarem “uma visão distorcida dos fatos”.

Tal notícia envolve o Grupo Polo, que foi, por muito tempo, um acionista relevante e participativo na Gafisa. A nota de esclarecimento da Gafisa foi assinada pelo seu Presidente do Conselho de Administração, Mu Hak You, e pela Diretora Presidente, Diretora Financeira e de Relações com Investidores, Ana Recart.

 

O conteúdo da nota de esclarecimento encontra-se todo abaixo:

“Ontem à noite e hoje pela manhã, foram publicadas notícias envolvendo a companhia, que em nossa opinião, apresentam uma visão distorcida dos fatos. Em linha com o nosso comprometimento de maior transparência gostaríamos de prestar os seguintes esclarecimentos.

O Grupo Polo foi, por muito tempo, um acionista relevante e participativo na Gafisa, tendo, inclusive, eleito o Sr. Cláudio Andrade por alguns mandatos consecutivos, como membro do Conselho de Administração.

Além da relação de acionista, o Grupo Polo e a Gafisa, juntamente com uma outra construtora, associaram-se para a execução de um empreendimento no Rio de Janeiro.

Neste empreendimento, cada sócio deveria aportar no projeto os recursos necessários, equivalente à sua participação societária. Contudo, esse não foi o caso, tendo em vista que a Gafisa vem arcando sozinha com todos os custos inerentes a esse imóvel.

Atualmente o saldo devedor do Grupo Polo com a Companhia é de aproximadamente R$11 milhões.

Tentamos cobrar inúmeras vezes esta dívida de forma amigável sem êxito. Sendo assim, não nos restou outra alternativa, a não ser tomar medidas mais duras, que acabaram culminado em 3 ações: (i) arbitragem; (ii) Notificação Judicial nº 0077689-88-2018.8.19.0001, em curso perante a 45ª Vara Cível do Rio de Janeiro e (iii) Ação de Consignação em Pagamento nº5050554- 49.2018.4.02.5101, em curso perante a 27ª Vara Federal do Rio de Janeiro.

As sócias da Gafisa, além de não arcarem com os custos correntes de condomínio/IPTU das unidades em estoque, também não honraram o financiamento bancário obtido para a execução desse projeto.

Paralelamente, a Gafisa e o Grupo Polo celebraram alguns contratos de cessão de recebíveis, sendo a Gafisa responsável pela cobrança.

Se o Grupo Polo não estava de acordo com a forma de cobrança e repasse desses valores, poderia ter agendado uma reunião com a Gafisa, visando esclarecimentos e informações. Entretanto, a atitude tomada foi a publicação de fato relevante em 05.02.19, seguida de notificação extrajudicial à companhia, em 06.02.19.

A impressão que a situação pode passar, a ser confirmada ou não, é que a intenção não seria a resolução da controvérsia, mas sim, a criação de uma movimentação com objetivos ainda desconhecidos.

No entanto, mesmo diante do cenário acima desenhado, comprometemo-nos a reportar oportunamente aos Srs. Acionistas todos os esclarecimentos sobre o montante que faz jus e que estão sendo discutidos na via adequada, qual seja, o Poder Judiciário.”

 

Para que se compreenda melhor a conjuntura de tal comunicado, sugerimos a leitura da reportagem feita também no dia de ontem pelo portal de notícias da Suno, o Suno Notícias, acerca do assunto. Para acessar tal notícia, basta clicar aqui.

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Complementarmente, o professor Baroni, na sua live semanal feita no dia de ontem (07), comentou com maestria a conjuntura do acontecimento, adicionando, ainda, uma abordagem sobre os efeitos de tal fato na indústria de Fundos Imobiliários. Para assistir a tal live, basta clicar aqui.

Não bastasse tal situação polemica na qual a companhia se envolveu, vale adicionar, ainda, que a Gafisa segue sofrendo com dificuldades operacionais nos últimos anos, muito por conta da forte recessão econômica a qual o Brasil esteve submetido no período.

Diante de tais fatos, achamos mais prudente esperar de fora para enxergar com maior racionalidade como será o desempenho da companhia nos próximos trimestres e se, realmente, a sua recuperação irá se consolidar de maneira satisfatória.

Por fim, ressaltamos que, no segmento de construção e incorporação, avaliamos a EzTec como a principal companhia que apresenta condições satisfatórias para um investimento saudável, apesar da companhia não se encontrar atualmente a um preço interessante de entrada e também não fazer mais parte de nossas carteiras de recomendações.

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    Tiago Reis
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