Radar do Mercado: Tegma (TGMA3) – joint venture para consolidar recuperação

A Tegma anunciou ao mercado que celebrou hoje (19) um acordo de associação para a criação de uma joint venture com a BCDF, JR Participações e a GDL Gestão de Desenvolvimento em Logística, que congregará as atividades de armazenagem e movimentação de mercadorias em geral desenvolvidas em Cariacica-ES pela Tegma Logística Integrada (TLI), subsidiária integral da Tegma, e pela Companhia de Transportes e Armazéns Gerais (Silotec), subsidiária integral da Holding Silotec.

A Tegma complementou o comunicado informando que a GDL será o veículo da joint venture, titular de 100% das participações acionárias da TLI e da Silotec, e terá seu capital igualmente dividido entre a Tegma e a Holding Silotec, e reforçou a nota informando ainda que o acordo de associação prevê condições suspensivas para a implementação da joint venture, as quais deverão ser cumpridas até o final do presente exercício.

Companhia finalizou informando que suas atividades de armazenagem e logística em São Paulo e Rio de Janeiro não integram o escopo desta operação e continuarão sendo conduzidas pela sua subsidiária integral.

 

A Tegma é uma empresa que possui seu foco principal de operação voltada para o transporte de veículos zero-quilômetro, movimentando por ano mais de 750 mil de unidades, o que a posiciona como um player estratégico do outbound automotivo.

Além disso, a Tegma é uma das poucas empresas do setor listadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), na categoria Novo Mercado, o que demonstra, por parte de sua gestão, um alto nível de governança corporativa e transparência empresarial.

Neste sentido, a Tegma possui atualmente cerca de 50 filiais estrategicamente localizadas, visto que sua operação possui atuação em todo o território nacional, totalizando 1,2 milhões de metros quadrados de pátios e 67 mil metros quadrados de armazéns. Em suas operações, a companhia gerencia 1.385 equipamentos próprios e de terceiros e emprega cerca de 2 mil colaboradores diretos.

Em relação ao fato comunicado pela companhia, entendemos que a decisão da formação da referida joint venture visa reforçar o visível aumento de performance que a empresa vem apresentando ao mercado desde o final do ano passado, isto por que, de acordo com o estabelecido pelas partes, a GDL contará com mais de 60.000 m² de armazéns cobertos e cerca de 220.000 m² de pátios, com faturamento anual estimado da ordem de R$ 45 milhões. Tal operação possibilitará ainda a captura de sinergias na exploração local das atividades de armazenagem e logística, resultando em uma empresa mais competitiva e enxuta, preparada para enfrentar a concorrência em condições mais vantajosas.

Além disso, a GDL será especializada ainda em operações de armazenagem geral, atuando no desenvolvimento de soluções inovadoras para atender com excelência os clientes em suas operações de logística. Entre os serviços prestados estão: armazenagem geral e alfandegada, inclusive de veículos, expedição de produtos, serviços de transporte, industrialização e montagem de kits, entre outros.

No que diz respeito aos números da Tegma, a companhia vem demonstrando uma recuperação interessante após a forte queda de performance que sofreu, principalmente no final do ano de 2015 e início de 2016, por conta de uma também forte redução nas vendas do mercado automobilístico no mesmo período, que afetou diretamente o seu lucro líquido e o seu ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) na ocasião.

Contudo, é possível perceber no último ano uma recuperação do lucro líquido e consequentemente das margens líquidas e do ROE, dados estes que refletem muito bem a recuperação da receita da companhia aliado ao controle de custos e despesas.

A situação da dívida líquida da companhia também vem se mostrando satisfatória, isto por que a mesma vem diminuindo gradativamente e, no momento, representa pouco mais de 22% em relação ao seu patrimônio líquido, o que demonstra um controle bem administrado da companhia frente a seus compromissos financeiros.

Como consequência da recuperação de sua operação, a distribuição de proventos pela companhia também vem mostrando um aumento interessante, porém ainda se encontra bem distante do patamar que oferece um Dividend Yield o qual nos sentimos atraídos.

Mesmo com a visível melhora em seus resultados, entendemos que a companhia atua num setor que é fortemente influenciado por fatores políticos e econômicos, prova disso foi o seu resultado negativo apresentado a pouco mais de um ano atrás, e, além disso, ainda precisa demonstrar que sua recuperação é, de fato, sustentável no médio prazo. Fora isso, o seu preço atual – TGMA3 negociado a R$ 20,19 – ainda não proporciona uma margem de segurança satisfatória e, por conta disso, preferimos seguir de fora do negócio.

ACESSO RÁPIDO
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    Tiago Reis
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