XP/Ipespe mostra avanços de Bolsonaro, Haddad e Ciro, enquanto Marina cai

A mais nova pesquisa eleitoral divulgada, a 17ª encomendada pela XP Investimentos e realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) de 10 a 12 de setembro, mostrou um aumento nas intenções de voto e uma leve queda na rejeição de Jair Bolsonaro (PSL), relacionada ao atentado sofrido pelo candidato em Minas Gerais na semana passada. O deputado aparece com 26% das intenções de voto.

O levantamento mostra também uma forte queda de Marina Silva (Rede; 8%), deixando a disputa do segundo lugar entre três candidatos em empate técnico: Ciro Gomes (PDT; 12%), Fernando Haddad (PT; 10%), e Geraldo Alckmin (PSDB; 9%). Quando Haddad é apresentado como “apoiado por Lula”, suas intenções de voto chegam a 16% contra 23% de Bolsonaro.

Entre as informações secundárias levantadas pela pesquisa, realizada por telefone e contando com a participação de 2000 eleitores, estão o fato de que 59% dos entrevistados estão interessados na eleição e impressionantes 99% dos questionados afirmam saber do atentado à vida de Bolsonaro.

Na pesquisa de intenção de voto espontânea, em que não é dada lista de candidatos e o entrevistado tem de responder da sua memória, Bolsonaro subiu de 16% para 20%. Nos cenários em que foi apresentada uma lista, o candidato do PSL subiu de 23% para 26%. No cenário em que Fernando Haddad é apresentado como apoiado por Lula, as intenções de voto de Bolsonaro foram de 20% a 23%. A taxa de rejeição de Bolsonaro, que vinha crescendo nas últimas sete semanas, caiu de 62% para 57%.

Nas simulações de segundo turno envolvendo Bolsonaro, todos os cenários são de empate técnico, embora o candidato do PSL apareça numericamente atrás de Geraldo Alckmin e Marina Silva. Contra Haddad, ele aparece dois pontos percentuais à frente do petista.

O efeito da insistência do PT na candidatura de Lula ainda pode ser visto nas respostas à pesquisa espontânea, em que 9% dos entrevistados dizem que votariam nele, apesar da candidatura já ser de Haddad. Ainda assim, no último levantamento a proporção era de 18%, mostrando que boa parte do eleitorado do petista sabe que ele já não concorre mais. As intenções de voto de Haddad no cenário espontâneo subiram para 5%.

Ainda falando em Haddad, ele subiu em todos os cenários pesquisados, de primeiro e segundo turno, subindo de 8% para 10% das intenções estimuladas. Quando apresentado como candidato apoiado por Lula, Haddad sobe de 14% para 16% e fica em segundo lugar.

Ciro Gomes, que provavelmente disputará a vaga no segundo turno com o petista para enfrentar Bolsonaro, avançou um ponto percentual em todos os cenários de primeiro turno. O ex-governador do Ceará passou de 11% para 12% na pesquisa estimulada e de 10% para 11% quando Haddad é apresentado como candidato de Lula.

Alckmin permanece nos mesmos 9% da pesquisa anterior no cenário estimulado e consegue um ponto percentual, subindo de 8% para 9% no cenário em que Haddad é apresentado como apoiado por Lula. Marina caiu de 11% para 8% na pesquisa estimulada e de 8% para 6% quando Haddad recebe o apoio de Lula.

No campo da rejeição, o cenário mudou bastante na última semana. Bolsonaro, que chegou a 62% em taxa de rejeição na semana passada, agora apresenta uma taxa de 57%. O candidato agora aparece atrás de Marina Silva e Geraldo Alckmin na métrica.  Ciro Gomes aparece com 56% e Haddad com 57%.

Vale ressaltar que, provavelmente por questões de metodologia, em comparação com outras pesquisas, como Ibope e Datafolha, a XP/Ipespe tende a mostrar taxas de rejeição muito mais altas para todos os candidatos. Na última pesquisa do Ibope, por exemplo, também realizada depois do atentado, Bolsonaro tinha rejeição de 41% contra 24% de Marina Silva.

Daniel Quandt

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