Wesley Batista é alvo de nova denúncia por uso de informação privilegiada

Nesta terça-feira (7), Wesley Batista virou alvo de mais uma denúncia por uso de informações privilegiadas para vantagens em operações financeiras. O Ministério Público denunciou o empresário pelo crime de insider trading.

A denúncia contra Wesley Batista é referente a operações realizadas em 2017. Na época, o empresário era gestor da Seara Alimentos e Eldorado Celulose e usou informações do acordo de delação para beneficiar as companhias.

O acordo de delação premiada foi fechado por Wesley e seu irmão Joesley Batista com a Procuradoria Geral da República (PGR). Além deles, outros executivos do grupo J&F também participaram da colaboração.

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De acordo com o MPF, a par das informações privilegiadas, Wesley fechou contratos dias antes do conteúdo da delação ser divulgado. Quando isso ocorreu, o dólar teve uma forte alta, o que resultou em um ganho de R$ 70 milhões para o empresário.

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Segundo o órgão, Wesley fechou contratos com um valor de dólar futuro pré-determinado. Ou seja, a moeda não teria alterações. A soma dos ganhos seriam de R$ 280 milhões, ainda de acordo com o MPF. Sendo assim, o valor dos contratos seria muito maior do que o lucro da empresa.

Evidências usadas pelo MPF

As principais evidências usadas pelo Ministério Público Federal para a denúncia a Wesley Batista são:

  • mensagens de texto entre o empresário e funcionários;
  • a data coincidente com o período da delação premiada;
  • informações da delação que teriam impactos no dólar.

O MPF apreendeu o celular de Wesley. No aparelho, o órgão encontrou mensagens do empresário com funcionários. Dessa forma, essas mensagens comprovam que Wesley comandou as operações de câmbio.

Além disso, a data das negociações e dos contratos coincidia com a data da divulgação do conteúdo da delação premiada. Para o órgão, Wesley Batista usou dessas informações para tirar vantagem, pois sabia das consequências que o conteúdo traria para o cenário econômico.

Beatriz Oliveira

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