WEG (WEGE3) tem leve alta nos lucros em balanço do 1T25; margem EBITDA cai
A WEG (WEGE3) divulgou nesta quarta-feira (30) os resultados do primeiro trimestre de 2025, reportando receita operacional líquida de R$ 10,08 bilhões — alta de 25,5% em relação ao 1T24, mas 6,9% abaixo do 4T24 — e lucro líquido de R$ 1,27 bilhão, avanço de 2,9% na comparação anual.

Apesar do crescimento na receita, a queda na margem EBITDA para 21,6% e no retorno sobre o capital investido (ROIC), que recuou 5,7 p.p. em um ano, pressionou as ações da companhia, que encerraram o dia com baixa superior a 3% na B3.
Antes do impacto em bolsa, o BTG Pactual já alertava que os números vinham “em linha com nossas projeções, embora abaixo do consenso, com leve surpresa positiva na receita e decepção no lucro líquido”.
O banco também apontou que a performance operacional do trimestre reflete o aumento do SG&A e os custos com frete internacional — especialmente associados ao segmento solar — além da integração de aquisições recentes que ainda não operam nos níveis de eficiência esperados.
WEG (WEGE3): SG&A sobe 15% e pressiona rentabilidade da operação
Durante a conferência com analistas, o CFO da WEG, André Rodrigues, explicou: “A consolidação dos negócios da Marathon, Rotterdamp e Volt, não presentes no 1T24, e o aumento dos custos de frete internacional, em especial pelo maior volume de vendas de projetos solares, foram os principais fatores de elevação do SG&A. A desvalorização do real também contribuiu para esse efeito.”
O EBITDA totalizou R$ 2,17 bilhões, avanço de 22,8% ante 1T24, mas com recuo de 9% em relação ao 4T24. A margem EBITDA caiu 0,4 ponto percentual na comparação anual e 0,5 p.p. frente ao trimestre imediatamente anterior. Já o ROIC caiu para 33,2%, contra 38,9% no mesmo período do ano anterior.
Segundo a administração da empresa, o crescimento da receita foi sustentado, sobretudo, pela área de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD), com destaque para os negócios de geração solar e os projetos em T&D no Brasil.
Apesar da queda em indicadores de rentabilidade, a companhia reforçou sua confiança no modelo de negócios diversificado e na presença global como fatores que ajudam a mitigar riscos.
“Seguimos com nossa forte estratégia industrial, que aliada à constante busca por eficiência operacional, contribui para entrega de margens operacionais sólidas e retorno sobre o capital investido superior à média da indústria”, afirmou a empresa no release de resultados.
Com presença consolidada em mercados como Brasil, México, China e América do Norte, a empresa reforçou que seu plano estratégico permanece inalterado, mesmo diante de um cenário global volátil.
Para os próximos trimestres, analistas do BTG e da XP destacam que a atenção do mercado deve se voltar à evolução das margens e à integração das recentes aquisições.
Com presença diversificada e atuação relevante em setores estratégicos, como energia e automação industrial, a WEG segue bem posicionada para capturar oportunidades de crescimento, apesar dos desafios de curto prazo.