Nem Via (VIIA3) nem Magazine Luiza (MGLU3): banco diz que três outras empresas vão brilhar no 2T23 do varejo

O Santander espera resultados fracos das empresas do varejo no segundo trimestre de 2023, afetado pelo ambiente macroeconômico. Entre as varejistas em destaque com resultados positivos estão, na visão dos analistas, SmartFit (SMFT3), Vivara (VIVA3) e Mercado Livre (MELI34). Os especialistas do banco dizem que as empresas com resultados negativos serão Lojas Renner (LREN3), Carrefour Brasil (CRFB3) e Via (VIIA3).

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“A previsão é de que cerca de 32% das varejistas vão relatar uma queda no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em comparação ao ano anterior, apesar da sazonalidade geral mais forte do 2T23 em comparação com o 1T23”, diz o Santander em relatório.

Além disso, segundo o banco, grande parte das empresas do setor de varejo devem apresentar maiores despesas financeiras, com 42% das empresas cobertas apresentando prejuízo líquido no trimestre.

Varejo: Santander indica Smart Fit, Vivara e Mercado Livre

Em relação ao Mercado Livre, a equipe do banco projeta alta de 13% no valor bruto de mercadorias (GMV) ante mesmo período do ano anterior. “Apesar dos ventos contrários do câmbio relacionados à Argentina, esperamos que o lucro líquido salte aproximadamente 63% em relação à base anual.”

Para a Smart Fit, os analistas estimam que a rede manterá sua tendência de forte crescimento de receita, o que impulsionará uma expansão consistente da lucratividade. Embora o Brasil seja considerado um foco menor em termos de evolução da base de associados, ainda é esperado um sólido crescimento de receita de 34% em relação ao ano anterior, com uma margem bruta de 49%.

“Esperamos que o México seja o ponto positivo, com crescimento de receita de 53% em relação ao ano anterior, devido ao aumento de membros e ao ganho sustentado de margem bruta”, dizem os analistas do Santander.

Com isso, o banco espera um Ebitda quase triplicando ante ano anterior e lucro líquido de R$ 100 milhões.

Já na Vivara, a tendência é de que a marca Life continue ganhando espaço no mix de venda da empresa, contribuindo com uma alta de 17% na receita. “Com a alavancagem operacional sendo reforçada por vendas mais altas, prevemos um crescimento de 22% no Ebitda base anual, com expansão de margem Ebitda de 100 pontos-base.

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No varejo, Lojas Renner e Via são pontos baixos, projeta Santander

Em contraste, o Santander avalia que as Lojas Renner enfrentará uma queda substancial de cerca de 34% no Ebitda consolidado no 2T23 ante base anual, principalmente impulsionados pela queda nas vendas no varejo e pela pressão nas margens devido às condições do mercado e aos ajustes internos.

É esperado que as vendas no varejo da empresa registrem queda de 4% em comparação ao mesmo trimestre de 2022. “Do lado do financiamento ao consumo (Realize), ainda não prevemos melhorias, pelo que se espera um Ebitda negativo” afirma o Santander.

O banco também prevê queda do Ebitda da Via em cerca de 40% frente ao mesmo período de 2022. Além disso, é projetado que vendas nas mesmas lojas (SSS) da empresa e o volume bruto de mercadorias (GMV) tenham queda, cerca de 3% e 2%, respectivamente.

Outro ponto destacado é a queda de 1,8% da receita líquida. Diferentemente do 1T23, esperamos que a rentabilidade se deteriore devido a uma margem bruta mais fraca (queda de 140 pb na comparação anual devido à menor contribuição dos serviços financeiros), desalavancagem operacional e, por enquanto, efeitos limitados das recentes medidas de redução de SG&A (despesas gerais, administrativas e comerciais), diz o Santander.

Para banco, Carrefour será o mais afetado entre varejistas de alimentos

Sobre o Carrefour, os analistas esperam que a empresa seja muito afetada por causa da deflação de alimentos. As vendas mesmas lojas (SSS) do Atacadão, sua unidade de atacado, devem cair 4,9% em relação ao mesmo período do ano anterior (em comparação com o Assaí, que deve cair 1,1%).

A equipe do Santander ainda destaca a conversão das lojas BIG. “Apesar das conversões concluídas das lojas BIG serem benéficas para a empresa no longo prazo, a integração
provavelmente pressionará a rentabilidade do CRFB durante o 2T23, em nossa visão, incluindo o banco CSF. Assim, esperamos mais um prejuízo líquido trimestral”.

Magazine Luiza prepara o terreno’ para recuperação

Os analistas do Santander aumentaram o otimismo com as ações do Magazine Luiza (MGLU3), apesar de manter a recomendação neutra para os papéis.

“O início favorável do Magazine Luiza em 2023 mostra o enfraquecimento da competição entre online e offline, preparando o terreno para um ano de recuperação, em nossa opinião”, diz a casa.

A projeção é de que o acumulado do ano de 2023 mostre um prejuízo líquido do Magazine Luiza maior do que o acumulado de 2022, de R$ 476 milhões ante R$ 372 milhões do ano anterior.

Além disso, a ausência de um valuation atrativo para o Magazine Luiza no momento deixa o Santander ‘de fora da tese’ do varejo.

Cotação da Via, Magazine Luzia e empresas do varejo

Hoje, no fechamento dos papéis, as empresas do varejo citadas tiveram forte alta no Ibovespa e ficaram com as seguintes cotações:

Vivara (VIVA3) subiu 1,89% (R$ 29,17); Mercado Livre (MELI34) alta de 1,68% (R$ 48,96); Smart Fit cresceu 0,05% (R$ 21,89); Lojas Renner (LREN3) alta de 2,52% (R$ 18,29); Carrefour Brasil (CRFB3) teve subida de 4,19% (R$ 10,95); Magazine Luiza (MGLU3) registrou crescimento de 3,78% (R$ 3,02) e Via (VIIA3) forte alta de 6,28% (R$ 2,03).

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Vinícius Alves

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