Varejo: resultados do 4T23 mostram gastos do consumidor sob pressão, diz BTG

Em seu relatório mais recente sobre o varejo no Brasil, o BTG Pactual (BPAC11) fez um apanhado sobre os resultados das companhias do setor no quarto trimestre de 2023 até o momento. Para o banco, os balanços das varejistas mostraram que os gastos do consumidor estiveram sob pressão no período, carregando o peso de um cenário de consumo adverso.

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“Os resultados melhoraram, depois de atingirem o fundo do poço no segundo trimestre e já mostrar melhores tendências no terceiro trimestre. A receita consolidada do 4T cresceu 6% a/a (em linha com nosso consenso), o Ebitda cresceu 16% a/a (4% acima do nosso consenso), com margem de aumento de 90 pontos-base a/a, e o resultado final atingiu R$ 2,8 bilhões (versus R$ 2,6 bilhões no 4T22)”, destacam os analistas Luiz Guanais, Gabriel Disselli e Pedro Lima.

No entanto, diz o BTG, embora os múltiplos setoriais possam parecer atraentes, alguns fatores devem ser considerados. Um deles diz respeito à dinâmica do setor, que ainda é ditada pelo fluxo de notícias políticas/econômicas, com sinais de melhoria (ainda que lentamente), o que tem impedido que os investidores subam muito as suas posições.

Além disso, o banco avalia que após as estimativas de lucro terem sido reduzidas no final do ano passado, em resposta a uma perspectiva de taxas de juros mais elevadas, ainda vê pouco espaço para revisões em alta no início de 2024.

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Para o BTG, o debate sobre o desempenho do setor varejista no Brasil gira em torno de cinco variáveis:

  • Os elevados custos de financiamento e o efeito sobre a procura dos consumidores em 2024;
  • O rendimento das famílias ainda está sob pressão, enquanto a suavização da inflação reduziu as pressões sobre os custos, o que deverá beneficiar algumas empresas nos próximos trimestres;
  • Os varejistas que atendem famílias com rendimentos mais elevados poderão continuar a registar números decentes, apesar do abrandamento esperado;
  • A alavancagem financeira continua a ser uma variável fundamental, mesmo com a queda das taxas de juros, limitando o poder de fogo do investimento (e favorecendo a consolidação em alguns segmentos);
  • O setor também é influenciado pela Reforma Tributária.

No geral, a casa se mantém conservadora na exposição ao setor de varejo, com um mix preferencial de empresas – Mercado Livre (MELI34), Smartfit (SMFT3), Arezzo (ARZZ3) e Lojas Renner (LREN3) – apresentando melhor impulso e menos espaço para perdas de lucros.

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Giovanni Porfírio Jacomino

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