Vale (VALE3): estratégia, cobre e recompra dominam reuniões com analistas

A Vale (VALE3) recebeu analistas do mercado em reuniões realizadas nas últimas semanas para apresentar sua visão estratégica, prioridades operacionais e uso do caixa. O CEO Gustavo Pimenta e o CFO Marcelo Bacci destacaram os avanços na frente institucional, planos de crescimento no cobre e a preferência por recompras de ações como forma de retorno ao acionista. As conversas mostraram avaliações neutras, mas com tom construtivo em relação à operação da mineradora.

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Estratégia operacional e institucional segue no centro

Segundo relatório da XP Investimentos, a empresa mantém o foco em estabilidade e produtividade. “Observamos uma ênfase contínua em melhorias operacionais e estabilidade, ao mesmo tempo em que avançamos na agenda institucional ao abordar aspectos políticos e ambientais”, escreveram os analistas Lucas Laghi, Guilherme Nippes e Fernanda Urbano. A produção de minério de ferro tem meta entre 340–360 Mt, com redução dos custos C1 para US$ 20/t e maior flexibilidade no mix de produtos.

A Genial também destacou a postura adaptativa da companhia frente ao ambiente macro desafiador: “A Vale está se tornando um verdadeiro camaleão, buscando maximizar margens operacionais mesmo com preços mais baixos do minério de ferro”, avaliou a casa.

Já o BTG Pactual reforçou que a empresa “está focada em controlar o que está ao seu alcance”, mesmo diante das incertezas externas. A instituição manteve a recomendação neutra para o papel, destacando a solidez da execução da empresa apesar da pressão macroeconômica. “Gostamos da mensagem da administração”, afirmou o relatório assinado por Leonardo Correa, Marcelo Arazi e Bruno Henriques.

Vale (VALE3): recompra de ações ganha protagonismo

O uso estratégico do caixa também foi discutido. Conforme o BTG, a Vale vê a recompra de ações como a principal forma de retorno ao acionista no curto prazo, dado o atual patamar das ações. “As recompras de ações são agora o instrumento preferido para distribuições adicionais, especialmente diante do atual preço deprimido das ações”, diz o relatório.

Além disso, a companhia trabalha para reduzir a alavancagem e manter o capex anual em torno de US$ 6 bilhões. A meta é manter a dívida líquida em cerca de US$ 15 bilhões até o fim do ano, o que pode limitar distribuições extraordinárias adicionais.

A expectativa para o negócio de cobre é positiva, com expansão moderada até o fim da década, enquanto o níquel segue como desafio, com foco em contenção de perdas.

A atuação da Vale (VALE3) tem recebido avaliações neutras dos analistas, mas com reconhecimento pelo avanço operacional e pela clareza estratégica, especialmente no atual cenário de incerteza global.

Maíra Telles

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