Usiminas (USIM5) vive cenário desafiador, aponta XP; veja preço-alvo

A XP divulgou nesta semana um novo relatório com projeções para as ações da Usiminas (USIM5). A casa de análise apontou um cenário desafiador para os papéis da companhia, destacando indicadores pressionados e diversos riscos no radar para os próximos trimestres.

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A análise destaca que as ações da Usiminas têm apresentado desempenho inferior ao mercado brasileiro neste ano, com queda superior a 20% no acumulado de 2025, ante um desempenho positivo de mais de 15% do Ibovespa no período.

No documento, os analistas atribuem o fraco desempenho das ações USIM5 a uma combinação de fatores negativos. Entre os principais desafios estão o desempenho de custos abaixo das expectativas, um ambiente de mercado pressionado para aços planos no Brasil e as altas taxas de juros que sugerem enfraquecimento da demanda por aço nos próximos meses.

Fluxo de caixa e Ebtida da Usiminas pressionados

A XP prevê que o fluxo de caixa livre da Usiminas permanecerá sob pressão nos próximos anos. Os analistas antecipam um desempenho pressionado dos preços dos aços planos, o que reflete uma competição mais acirrada com produtos importados em meio às expectativas de enfraquecimento da demanda devido ao aumento das taxas de juros.

Além disso, os elevados compromissos de capex, especialmente o investimento na usina de coque nº 2, ao longo dos próximos anos sugerem níveis subótimos de fluxo de caixa livre pela frente. “Esperamos que a geração de FCF permaneça sob pressão ao longo de 2027-29 em meio a níveis subdued de EBITDA e maiores compromissos de capex nos próximos anos”, destacou a XP.

O relatório também aponta que o múltiplo EV/EBITDA estimado para 2026 de 3,0x não é necessariamente barato, especialmente considerando os níveis subótimos de conversão de EBITDA em caixa. Os analistas observam que a empresa apresenta “níveis subduados de EBITDA, sem visibilidade clara para uma recuperação operacional”.

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Redução de custos e outros catalisadores

De acordo com o relatório, os custos aparecem como um alívio de curto prazo na análise. Desde 2024, o desempenho de custos tem sido um tópico central, com a empresa entregando reduções de custos abaixo das altas expectativas do mercado para melhorias de lucratividade após a reforma do Alto-Forno nº 3 em Ipatinga.

Nesse contexto, com as matérias-primas proporcionando alívio e maiores eficiências esperadas para serem capturadas, a XP vê uma melhoria no desempenho de custos no segundo semestre de 2025, o que pode mitigar parcialmente um ambiente operacional mais adverso.

A casa também identifica potenciais catalisadores positivos que podem limitar o lado negativo. Embora não seja o cenário base de curto prazo, os analistas veem um potencial ponto de inflexão para os preços do aço laminado a quente no Brasil como o gatilho mais importante para a Usiminas.

Entre os riscos de alta estão as medidas antidumping sob investigação no Brasil e uma aceleração das políticas “anti-involução” na China. Além disso, dado o perfil de alto beta da empresa e o histórico de outperformance durante ciclos de corte de juros, uma melhoria macroeconômica no Brasil poderia potencialmente apoiar o desempenho das ações.

XP mantém recomendação neutra e destaca preço-alvo de USIM5

Em meio ao ambiente desafiador, a XP manteve recomendação neutra para as ações da Usiminas, com um preço-alvo USIM5 em R$ 5,00 por papel para o final de 2026.

A composição deste preço-alvo inclui R$ 2,70 por ação para as operações standalone, R$ 1,60 por ação pela participação de 8,68% na MRS e R$ 1,00 por ação pela participação na Unigal.

Vale destacar que esta matéria não representa uma indicação de compra ou venda das ações da Usiminas (USIM5).

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Giovanna Oliveira

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