UBS (UBSG34) conclui compra do antigo rival Credit Suisse

O UBS Group (UBSG34) concluiu nesta segunda-feira (12) a aquisição do antigo rival, Credit Suisse Group AG (C1SU34), considerada a maior fusão no setor bancário desde a crise financeira de 2008.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240-Banner-Home-4.png

A negociação, feita de forma emergencial após o banco afirmar que enfrentava uma forte crise financeira, foi fechada após o UBS finalizar as negociações com o governo suíço sobre uma garantia de 9 bilhões de francos suíços – cerca de US$ 10 bilhões – contra possíveis perdas com ativos do Credit Suisse.

Com a conclusão da aquisição, os dois bancos criam um gigante global, com um balanço patrimonial estimado em US$ 1,6 trilhão, informou a Reuters. Ainda de acordo com a agência de notícias, ao todo, o UBS administrará US$ 5 trilhões em ativos, dando à instituição uma posição de liderança em mercados-chave.

A fusão também encerra a história de 167 anos do Credit Suisse, marcada por escândalos e prejuízos.

Em comunicado à imprensa, Colm Kelleher, presidente do UBS Group AG, falou sobre o impacto de reunir, pela primeira vez, dois bancos globais sistematicamente importantes. “À medida em que começamos a operar o grupo bancário consolidado, continuaremos a ser guiados pelos melhores interesses de todas as partes interessadas, incluindo investidores”.

Na nota, o UBS afirmou esperar que seu índice CET1, uma medida importante da força do capital, fique em torno de 14% no segundo trimestre de 2023 e permaneça nesse nível ao longo do ano. “As perdas operacionais do Credit Suisse e os encargos de reestruturação serão compensados por reduções nos ativos ponderados pelo risco”, acrescentou.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/04/1420x240_TEXTO_CTA_A_V10.jpg

Fitch rebaixa UBS e eleva Credit Suisse, após conclusão de aquisição

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (12), a agência de classificação de risco Fitch rebaixou os ratings de longo prazo do UBS de A+ para A e elevou os ratings do Credit Suisse de BBB+ para A+, após a conclusão da aquisição do Credit pelo UBS. A perspectiva dos ratings é estável.

“Esperamos que a integração pese inicialmente na lucratividade operacional do grupo ampliado, já que o UBS precisará estabilizar a gravemente prejudicada capacidade de geração de receita do Credit Suisse, e, ao mesmo tempo, alinhar rapidamente sua base de custos com seu potencial de ganhos futuros e concluir a liquidação de atividades não essenciais iniciada pelo Credit Suisse”, disse a Fitch.

Devido à complexidade de ambos os bancos suíços, a Fitch previu que a “desafiadora integração exigirá vários anos” para ser completada.

UBS pode demitir até 36 mil funcionários após aquisição do Credit Suisse

O banco UBS estaria se preparando para realizar a demissão de até 36 mil funcionários espalhados pelo mundo, após a aquisição do Credit Suisse. As informações são do jornal suíço SonntagsZeitung.

Segundo informado pelo jornal, o UBS deverá reduzir o número de funcionários entre 20% e 30%. De todos os trabalhadores que devem ser desligados, o veículo de imprensa cita que até 11 mil serão demitidos na Suíça.

De forma pública, o UBS informou que, em um momento oportuno, dará mais informações a respeito dos desligamentos de funcionários.

O veículo de imprensa da Suíça também informou que as instituições JPMorgan (JPMC34), Citigroup (CTPG34) e Deutsche Bank (DBAG34) estariam se preparando para contratar uma parcela desses trabalhadores que seriam desligados pelo banco UBS. Essa absorção seria, especialmente, de gestores de patrimônio.

No último dia 19 de março, foi anunciado que o UBS realizou a compra do banco Credit Suisse pelo montante de US$ 3,3 bilhões. Esta instituição financeira foi vendida após enfrentar um problema de liquidez.  

Na ocasião, o Credit Suisse enviou um comunicado indicando que o Conselho Federal da Suíça aprovou um decreto de emergência para que as negociações entre as partes fossem aceleradas.

Diante disso, a fusão entre UBS e Credit Suisse seria adotada sem a necessidade de aprovação dos acionistas das instituições. A justificativa foi de que uma eventual demora poderia resultar em consequências ao mercado do país europeu.

Com informações de Estadão Conteúdo

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2023/03/Ebook-Acoes-Desktop.jpg

Giovanni Porfírio Jacomino

Compartilhe sua opinião