Trump chama Powell de “desgraça americana” após manutenção de juros pelo Fed

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a fazer duras críticas ao presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, após o colegiado ter mantido entre 4,25% e 4,5% ao ano as taxas de juros no país. A decisão foi anunciada na última quarta-feira (18).

Em publicação na sua rede social, a Truth Social, Trump se referiu ao chefe do Fed como uma “desgraça americana”. “Já temos inflação baixa! O ‘atrasado demais’ é uma desgraça americana! “O ‘atrasado demais’ Jerome Powell está custando centenas de bilhões de dólares ao nosso país. Ele é, de fato, uma das pessoas mais burras e destrutivas do governo”, escreveu Trump.

As críticas foram estendidas aos demais integrantes do Fomc, o Comitê de Mercado Aberto do Fed, equivalente ao Copom brasileiro, que foi chamado de “cúmplice” por Trump.

Ele voltou a dizer que os EUA deveriam “estar 2,5 pontos (porcentuais) abaixo e economizar bilhões com toda a dívida de curto prazo de (Joe) Biden”, declarou, citando o ex-presidente. Powell tem mandato no Fed até maio de 2026, depois de ter sido nomeado pelo próprio Trump em 2018, durante seu primeiro governo.

Trump ataca; Powell diz que decisão engloba tarifas

Em entrevista depois do anúncio feito, na quarta-feira (18) pelo Fed, Powell citou o tarifaço imposto pelo titular da Casa Branca aos parceiros comerciais dos EUA como fator para elevação da inflação no curto prazo. “As expectativas de inflação de curto prazo subiram. As tarifas são um fator relevante”, afirmou o dirigente da autoridade monetária. “Os efeitos das tarifas vão depender do nível, mas aumentos neste ano provavelmente pesarão sobre a atividade econômica e empurrarão a inflação para cima.”

A decisão de manter os juros no atual patamar era uma previsão de consenso entre os analistas de mercado. A estimativa era de que os dirigentes do BC americano adotariam uma postura de “esperar para ver” os efeitos das tarifas e de tensões geopolíticas sobre as expectativas inflacionárias dos EUA.

O economista-chefe da Suno, Gustavo Sung, afirmou que, com o mercado de trabalho ainda resiliente e as incertezas associadas ao impacto do tarifaço de Trump, o Fed mostrou que “não tem necessidade de agir de forma apressada para reduzir os juros diante da moderação do ritmo do crescimento econômico”

Com Estadão Conteúdo

Redação Suno Notícias

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