Taxa de desemprego sobe para 13,3% em junho, aponta IBGE
A taxa de desemprego do Brasil ficou em 13,3% no trimestre móvel referente aos meses de abril a junho de 2020, atingindo 12,8 milhões de pessoas.. Em comparação com a trimestre anterior, de janeiro a março, esse valor é equivalente a crescimento de 1,1 ponto percentual. Já na comparação com o mesmo período no ano passado, esse valor é equivalente a uma alta de 1,3 ponto percentual. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (6) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A população ocupada chegou ao menor nível da série histórica iniciada em 2012, com redução de 9,6%, correspondente a 8,9 milhões de pessoas, para 83,3 milhões de brasileiros.
Todos os grupamentos de atividade analisados pela pesquisa sofreram queda em relação ao número de ocupados. O comércio foi o setor mais atingido, 2,1 milhões de pessoas perderam suas vagas no mercado de trabalho, uma redução de 12,3% em comparação com o último trimestre.
Já no setor de construção houve uma redução de 16,6%, o que representa menos 1,1 milhão de brasileiros trabalhando na área. A pesquisa também aponta outra “perda considerável”, na categoria de serviços domésticos, em que os ocupados foram reduzidos em 21,1% frente ao trimestre encerrado em março, são 1,3 milhão de pessoas a menos nesse setor.
Por sua vez, a população desempregada em junho apresentou estabilidade na comparação com o trimestre de janeiro a março, que havia totalizado 12,9 milhões, e também com o igual trimestre em 2019, que somava 12,8 milhões de brasileiros.
O nível de ocupação, percentual de pessoas empregadas na população em idade para trabalhar, caiu 5,6 pontos percentuais, frente ao trimestre anterior, atingindo 47,9% no trimestre de abril a junho deste ano, o menor da série histórica. Esse grupo soma, atualmente, 13,5 milhões de pessoas.
Dentre esse grupo estão os desalentado, pessoas que não buscaram trabalho, mas que gostariam de conseguir uma vaga e estavam disponíveis para trabalhar. Eles foram estimados em 5,7 milhões de pessoas no trimestre encerrado em junho. Acréscimo de 19,1%, o que representa 913 mil pessoas a mais nessa situação.
“É um crescimento recorde tanto na comparação trimestral quanto na anual. Há um aumento da força potencial de pessoas que apesar de não estarem procurando trabalho, elas até gostariam e quando a gente observa internamente as razões por essa não procura por trabalho, um grande contingente alega motivos ligados à pandemia”, disse analista da pesquisa, Adriana Beringuy.
A categoria dos empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada foi estimada em 8,6 milhões de pessoas, uma queda de 2,4 milhões em relação ao último trimestre. Os trabalhadores por conta própria apresentaram queda de 10,3% e agora atinge 21,7 milhões de pessoas. São menos 2,5 milhões de pessoas nessa categoria.
A conclusão da analista é de que a “taxa de desemprego é fruto de um percentual de desocupados dentro da força de trabalho. Então como a força de trabalho sofreu uma queda recorde de 8,5% em função da redução no número de ocupados, a taxa cresce percentualmente mesmo diante da estabilidade da população desocupada”.