Tanure vende ações da Alliar (AALR3) e adia compra de controle; acionistas temem desistência

O empresário Nelson Tanure está deixando os acionistas da Alliar (AALR3) preocupados com a demora em fechar a compra do bloco de controle da empresa. A proposta foi aceita pelos controladores há cerca de um mês, mas teve a assinatura adiada, e ainda segue em compasso de espera.

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Segundo fontes próximas à Alliar, o contrato deveria ter sido assinado há mais de uma semana. O acordo prevê o pagamento de R$ 20,50 por ação para o bloco de controle da empresa, composto por um grupo de médicos. O grupo detém 52,75% das ações da Alliar, dona de laboratórios como o CDB, em São Paulo.

Além da demora, o que mais preocupa, segundo as fontes, é o fato de que Nelson Tanure vendeu parte das ações na empresa. Foram 416 mil ações entre os pregões de 25 de novembro e 10 de dezembro de 2021.

Naqueles dias, o preço da ação da Alliar foi de R$ 17,70 a R$ 18,09, mas depois começaram a cair, fechando a quinta-feira (17) a R$ 16,17, valor bem abaixo do firmado para a compra do bloco de controle.

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Acionistas temem que proposta não caminhe

Uma das possibilidades levantadas pelos acionistas, de acordo com as fontes, é de que Tanure estaria postergando a compra enquanto capta recursos para fechar o negócio.

O desagrado entre minoritários se deve à ausência de comunicação pública da empresa sobre o andamento do processo e ao temor de que Tanure possa retirar a oferta.

Isso seria uma má notícia para o bloco de controle da Alliar, já que foi a oferta de Tanure que espantou a proposta feita por outro interessado, o grupo Fleury (FLRY3).

Em 26 de novembro, a empresa emitiu um fato relevante afirmando que o bloco de controle havia aceitado a proposta firme para a aquisição de “até a totalidade” das ações ordinárias detidas pelos controladores pelo valor de R$ 20,50, mas não houve detalhamento depois que a assinatura foi adiada.

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Entenda a história de Tanure na Alliar

Atualmente, Tanure é dono de quase 30% da Alliar, sendo que a maior parcela foi comprada do Pátria em agosto de 2021, por R$ 18 por ação, e uma pequena fatia foi comprada no mercado.

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Caso Tanure vá em frente com a operação, desembolsaria quase R$ 1,3 bilhão pelos papéis do bloco de controle e passaria a deter 83% da Alliar. Depois deste acordo, Tanure teria que fazer uma oferta pública de aquisição (OPA), nas mesmas condições, para a fatia do mercado.

Em cenário de adesão de 100% da OPA, o investimento de Tanure na empresa poderia chegar a R$ 2,3 bilhões.

Antes do avanço de Tanure, a disputa pela Alliar teve outros capítulos. Primeiro, a Rede D’Or (RDOR3) demonstrou interesse em comprar a empresa, mas depois desistiu da proposta. Depois, foi a vez do Fleury cortejar a empresa, mas sua proposta foi batida por Tanure, que agora deixa no ar quais serão seus próximos passos.

Veja o posicionamento da empresa

Procurado pelo Suno Notícias, o Grupo Alliar afirmou que posicionamentos sobre o atual cenário societário da Companhia devem ser tratados diretamente com os acionistas controladores.

“A Alliar permanece focada na execução do planejamento estratégico e na missão de oferecer os melhores e mais modernos serviços aos seus consumidores, médicos e fornecedores. Adicionalmente, ressaltamos que toda informação relevante da Cia para o mercado é divulgada por meio de Fatos Relevantes, que estão disponíveis no nosso site de Relações com Investidores”, informou.

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Natalia Gómez

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