Taesa (TAEE11): boa pagadora de dividendos, mas com negócio estável; entenda posição dos analistas

Na última sexta-feira (03), aconteceu o investor day da Taesa (TAEE11), com a participação de influenciadores e especialistas do mercado financeiro. Em sua apresentação, a transmissora de energia elétrica reforçou seu modelo de negócio ao garantir que não irá vender seus ativos e nem fará reciclagem em seu portfólio, mas que irá focar no crescimento via aquisições, com a participação em leilões e outros projetos.

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Ainda neste ano, a Taesa vai participar da licitação de energia que acontecerá no próximo dia 17, em que serão ofertados cinco lotes de projetos de transmissão. A expectativa para o evento é de investimentos na casa dos R$ 2,9 bilhões.

A transmissora está de olho nos ativos para rentabilizar a empresa e não para comprar mais concessões, indica a diretoria. Para o próximo ano, o leilão mais visado irá acontecer em junho, com perpectiva de R$ 9,5 bilhões de investimentos.

Além dos leilões, a Taesa também quer expandir sua atuação em novos negócios, para além do setor de transmissão. Segundo a diretoria, a tendência é de continuar investindo em negócios sem risco hidrológico (como na geração) ou de volume (como na distribuição).

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No mais, a transmissora estuda trabalhar com projetos alinhados com as melhores práticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês).

A Taesa disse estar monitorando a possibilidade de investir de forma mais aguda em negócios paralelos à transmissão, como na conexão de sistemas eólicos à rede de transmissão elétrica, na instalação de painéis solares próximos às suas subestações ou ainda em projetos imobiliários, contanto que tal não altere a natureza de seu risco operacional nem afete sua capacidade de geração de valor.

O que pensam os analistas sobre a Taesa

Na análise da XP, o negócio da transmissora é previsível e estável, e a ação da Taesa já está precificada.

“Apesar de termos uma visão positiva da estabilidade do segmento de transmissão de energia elétrica, baseado em uma estrutura de receitas fixas e do potencial de geração de valor com a maturação dos projetos em construção, vemos as ações como adequadamente precificadas e com potencial de pagamento de dividendos similar a pares no setor”, escreveu o relatório da corretora.

Com isso, a recomendação da XP  para a Taesa é neutra, com o preço-alvo de R$ 38,00 para 2022.

Já a Ativa Investimentos também possui uma recomendação neutra para os papéis da companhia. A casa de análise acredita que a proposta de crescimento via leilões “pode esbarrar na competitividade vista nos últimos leilões”, o que seria prejudicial para a Taesa.

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Dessa forma, a recomendação da Ativa é neutra, com o preço-alvo de R$ 36,00. Porém, os analistas fazem um adendo, ao classificar a Taesa como uma opção “acima da média para investidores com foco no recebimento de proventos”.

Por fim, a Genial Investimentos é mais radical é recomenda a venda das ações da Taesa. O principal ponto de incômodo dos analistas é o endividamento da companhia, que está em 4,3x em meio a um ciclo de alta dos juros.

“Apesar de acreditarmos na sustentabilidade dos dividendos da empresa para os próximos anos (>9% esperado mais 2022), o endividamento começa a incomodar em meio a um ciclo de alta de juros – o que deve impactar seu resultado financeiro e diminuir o “poder de fogo” da empresa de adquirir novos projetos de tamanho expressivo nos próximos leilões de transmissão ou adquirir ativos já operacionais”, diz relatório da corretora.

Cotação da Taesa nesta segunda (06)

Às 12h desta segunda, a cotação da Taesa apresentava alta de 1,65%, com as units TAEE11 sendo negociadas a R$ 38,27. Nos últimos 12 meses, os papéis da empresa acumularam 23% de alta.

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Monique Lima

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