Smart Fit (SMFT3): CVM abre processo para avaliar disputa com sócios minoritários

Às vésperas da oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) da Smart Fit (SMFT3), que deve movimentar mais de R$ 2 bilhões, a Comissão de Valores (CVM) abriu processo para avaliar por qual motivo a rede de academias não informou ao mercado sobre a disputa que trava na Justiça com os sócios. A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico.

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De acordo com o prospecto de IPO da Smart Fit, nesta terça-feira (29) tem início a reserva de ações, com prazo até 9 de julho. No dia 12, os papéis serão precificados e dia 14 negociados na Bolsa de Valores.

Enquanto isso, os acionistas minoritários da empresa, que brigam na Justiça, entendem ter o direito de participar da oferta e, por esse motivo, solicitaram o bloqueio de parte das ações.

Os sócios haviam solicitado à CVM providências porque o documento não mencionava a briga. Eles também afirmam que existem supostas irregularidades no caixa da empresa, incluindo balanço inflado. Em resposta à autarquia, a Smart Fit afirmou que a briga na Justiça não influencia na capacidade de decisão dos investidores.

Minoritários querem participar do IPO da Smart Fit

De acordo com o jornal, os acionistas são Adalberto Cleber Valadão e o filho, Adalberto Cleber Valadão Júnior, que detêm 21% da participação da ADV Esporte, braço da Smart Fit em Brasília, e que responde por 8% do faturamento da companhia.

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Os sócios realizaram um acordo em 2008 que possuía vigência de dez anos. Em 2017 foram feitas algumas modificações mas o prazo foi renovado por mais uma década. O trato prevê exclusividade, ou seja, apenas a ADV poderia usar a marca Smart Fit em Brasília e também a garantia na participação do IPO.

No entanto, a rede de academias não reconhece a ampliação do acordo e afirma que o trato havia se encerrado em 2018.

Esse embate aconteceu após a Smart Fit ter inaugurado academias no território que a ADV possuía exclusividade. O processo tramita na 2ª Vara Empresarial de São Paulo.

Agora os sócios brigam para ter uma reserva de ações. Segundo o advogado dos sócios, Marcelo Padilha Cabral, essa medida não trará prejuízo à rede de academias ou a terceiros. “Eles querem participar, como prevê o contrato. Os acionistas nunca tiraram dinheiro da empresa, só investiram. Esse é o momento em que poderão dar liquidez ao investimentos de mais de dez anos”, informou o advogado ao jornal.

Em resposta à CVM, a Smart Fit informou que o acordo de cotistas não está mais vigente e por esse motivo não deve influenciar na capacidade dos investidores.

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Poliana Santos

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