Sindicatos perdem cerca de um milhão de inscritos em um ano, mostra IBGE

Cerca de um milhão de trabalhadores brasileiros deixaram de fazer parte de sindicatos no ano passado. A pesquisa foi publicada nessa quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, a queda no número total de trabalhadores sindicalizados vem ocorrendo desde o ano de 2013. Entretanto, a redução se potencializou entre 2018 e 2019, devido a reforma trabalhista, aprovada no governo do ex-presidente Michel Temer, em 2017. A quantia total de trabalhadores inscritos em sindicatos entre esses anos no País se reduziu de 11,5 milhões de pessoas para 10,6 milhões de pessoas.

A reforma trabalhista derrubou a obrigatoriedade de contribuição sindical anual, trazendo, portanto, liberdade de associação sindical e a possibilidade de negociar bancos de horas, jornadas e outros tópicos de maneira individual, sem a necessidade da participação de sindicatos.

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No setor público, a taxa de sindicalização dos empregados caiu de 25,7%  em 2018 para 22,5% em 2019. A diminuição foi de 3,8 milhões de pessoas, sendo 1,3 milhão a menos no Sudeste.

Alta nas aposentadorias afeta sindicatos

O declínio no número de trabalhadores sindicalizados, entre 2018 e 2019, foi impactado principalmente pela reforma trabalhista aprovada em julho de 2017 mas também, pelo aumento dos pedidos de aposentadorias que ocorreu no ano passado, quando servidores públicos anteciparam seus pedidos devido à reforma da Previdência do governo do presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o IBGE, no primeiro semestre do ano passado, apenas no setor público, o número de pedidos de aposentadoria foi maior que o número total de pedidos em 2018.

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“As grandes centrais sindicais congregam trabalhadores do setor público e privado, como professores e médicos, por exemplo. Num primeiro momento, as atividades com mais contratos celetistas tiveram maiores quedas em 2018, porém a perda nos recursos e capacidade de organização e mobilização das centrais sindicais pode, também, ter afetado o setor público”, explicou a analista do IBGE Adriana Beringuy.

Segundo o nível de instrução, a menor taxa de inscrição em sindicatos era a dos ocupados com Ensino fundamental completo e médio incompleto (7,1%), e a maior era dos ocupados com Ensino superior completo (17,3%).

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Rafaela La Regina

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