Siderúrgicas e mineradoras caem na B3 por causa de crise na China

O aumento da oferta e diminuição da demanda de minério de ferro em Dalian, na China, refletiram na Bolsa de Valores de São Paulo. As companhias siderúrgicas estão entre as maiores quedas do Ibovespa, nesta segunda-feira (05).

Em Cingapura, os contratos futuros do minério de ferro estavam negociando a menos de US$ 100 por tonelada. A China é o país responsável pela maior parte da oferta e consumo de ferro no mundo.

Como consequência da alta na oferta, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) lidera as baixas da B3 desta segunda-feira. A queda, por volta das 17h10, é de 6,18% e R$ 14,88 por papel.

O mercado chinês também foi abalado pela guerra comercial com os Estados Unidos. Dessa forma, a demanda pelo minério de ferro no país asiático e a rentabilidade das usinas são reduzidas.

“As margens pioraram, dados os preços fracos do aço. Isso significa que a desaceleração nas cotações do aço deve provavelmente persistir”, afirmou o analista da empresa de serviços financeiros Marex Spectron, Hui Heng Tan.

Na Alemanha, nos Estados Unidos e na Índia a produção de ferro caiu em junho ante maio. A desaceleração da produção nos principais mercados é consequência do baixo apetite dos investidores pela matéria-prima. A redução do interesse foi ampliada com as tensões comerciais entre Washington e Pequim.

O analista da empresa australiana Fat Prophets, David Lennox, ressaltou também que o minério de ferro “ultrapassou seu preço máximo após o acontecimento da Vale [ruptura da barragem de Brumadinho] ter elevado o preço às alturas”.

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Outras companhias que operam em queda

A Vale (VALE3) operava em queda de 4,06%, por volta das 17h10. As ações estavam cotadas a R$ 45,90.

No mesmo horário, a Usiminas (USIM5) registrava queda de 3,41%. O papel era negociado a R$ 8,21.

Além disso, a siderúrgica Gerdau (GGBR4) operava em baixa de 3,24% a R$ 13,13 por ação, também às 17h10.

Guerra comercial entre China e Estados Unidos

Na última semana, o presidente norte-americano Donald Trump ameaçou taxar US$ 300 bilhões em produtos da China que ainda não foram tarifados.

Saiba mais: Estão nos pagando dezenas de bilhões de dólares, diz Trump sobre a China

As novas tarifas serão de 10% sobre os produtos chineses que entram nos Estados Unidos. Conforme Trump, as taxas não valerão para os US$ 250 bilhões em produtos e bens que já foram tarifados em 25%.

Nesta segunda, o presidente estadunidense escreveu em sua conta no Twitter que a China comete práticas comerciais injustas que tiram bilhões de dólares dos EUA. Com isso, investidores do mundo inteiro se mostraram receosos e reagiram de forma negativa.

Em mais um capítulo da guerra comercial entre EUA e China, o Ibovespa chegou a retornar a casa dos 99 mil pontos.

Giovanna Oliveira

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