Espaço para aceleração no corte da Selic é pequeno, diz Goldman Sachs

Em relatório após a divulgação do IPCA abaixo do consenso, analistas do Goldman Sachs destacaram que no momento atual, mesmo com uma inflação vindo abaixo das projeções, o espaço para uma aceleração no curto prazo no ritmo dos cortes na taxa Selic é muito baixo.

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Segundo o Goldman, esse prognóstico para a Selic ocorre em função de uma atividade econômica que ainda se mostra resiliente, dados os últimos indicadores de crescimento econômico.

Além disso, os analistas ainda destacam o contexto de mercado de trabalho restritivo, a política fiscal e parafiscal expansionista, a inflação básica e de serviços ficando acima de 5% e inflação de curto e médio prazo ainda não tendo ancoragem das expectativas.

“Além disso, o equilíbrio de risco para a inflação dos alimentos e dos combustíveis é agora claramente inclinada para cima, e os fundamentos da inflação de serviços exigem cautela. Por fim, destacamos a instabilidade do cenário externo, rendimentos mais elevados a 10 anos e risco para os preços do petróleo decorrentes do conflito no oriente médio, fatores que também exigem cautela na calibração de curto prazo da política monetária“, observa a casa.

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Sobre o IPCA, especialistas apontaram que a ligeira aceleração da inflação em setembro a partir de agosto foi impulsionada pelo aumento dos preços dos combustíveis (gasolina e diesel).

Além disso, chamaram atenção para a deflação mais branda na alimentação no domicílio.

“Isto foi mitigado por leituras mais baixas na educação, habitação (preços mais baixos da eletricidade), roupas, cuidados pessoais e leituras abaixo do esperado em alimentos fora de casa e bens domésticos”, concluiu o Goldman Sachs.

Projeções para a Selic

Conforme a última edição do Boletim Focus, o consenso do mercado financeiro espera um IPCA de 4,86% para 2023, ante uma projeção de 3,88% para o ano de 2024.

Já para a Selic, o consenso do mercado financeiro estima 11,75% para o fim deste ano e 9% para o ano que vem – considerando um fim do ciclo de corte na taxa básica de juros.

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Eduardo Vargas

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