Com mudança do BC, Santander (SANB11) deixa grupo dos maiores bancos do país

O Banco Central (BC) divulgou nesta quinta-feira (6) sua nova metodologia para o cálculo da concentração bancária no País. Agora, o BC considera somente os quatro maiores bancos, em vez de cinco, excluindo o Santander (SANB11).

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O objetivo é se alinhar mais à experiência internacional, inclusive à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), grupo que o Brasil está em processo de adesão.

Na prática, sai o Santander Brasil, quinto maior, incorporando apenas Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Caixa e Itaú (ITUB4), algo que chamou a atenção do mercado.

Entretanto, o banco espanhol continua entre os maiores do Brasil, segundo os critérios do próprio regulador. Ainda, o Banco Central continua divulgando o indicador de concentração bancária considerando os cinco maiores bancos do País.

Assim como os quatro restantes, o Santander é um “S1”, classificação dada pelo BC aos bancos mais importantes para o sistema financeiro. São aquelas instituições com tamanho equivalente ou superior a 10% do PIB do País, considerados os ativos de seus respectivos conglomerados.

É um grupo seleto, do qual o BTG Pactual (BPAC11) também faz parte. E em que o Santander, com R$ 986 bilhões em ativos (dado de junho) se enquadra com sobras.

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Os bancos do S1 são os que geram maior risco sistêmico, ou seja, os que têm maior peso na economia do País. Os diferentes degraus sistêmicos, que vão em ordem decrescente até o 5, indicam, portanto, quais os maiores bancos do País.

O que o BC fez nesta quinta-feira foi introduzir um novo critério em que ao invés de olhar para os cinco maiores bancos do País para calcular a concentração do sistema financeiro, olha para os quatro maiores. Esse novo critério alinha os dados aos de outros países, num momento em que o Brasil se prepara para entrar na OCDE.

Na coletiva de imprensa sobre o Relatório de Economia Bancária (REB), o diretor Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC, Renato Dias Gomes, destacou alinhamento à experiência internacional como principal motivo para a mudança e ressaltou que as conclusões sobre concentração bancária no Brasil são “virtualmente idênticas” nas duas metodologias.

“De fato, substituímos o RC5, que incorporava as cinco maiores instituições financeiras, pelo RC4, que incorpora as quatro maiores e é mais comum internacionalmente. Basicamente foi isso que motivou a substituição. E também é mais informativo sobre concentração. Se fizer RC10 e pegar as 10 maiores, vau atingir 100% e não vai informar nada. Portanto, é mais informativo um índice que considera um topo mais qualificado”, explicou o diretor, acrescentando que o RC5 continua disponível no relatório.

Sob o novo cálculo, a concentração dos bancos brasileiros caiu de 60% para 56% em ativos totais entre 2019 e 2021, segundo o BC. Na metodologia que inclui o Santander, essa concentração caiu de 79,2% para 74,9% no período. Em relação às operações de crédito, a concentração no RC5 passou de 80,7% para 78,7% e aos depósitos totais, de 82,3% para 75,9% entre 2019 e 2021. Ainda assim, a concentração vem gradualmente caindo, não por mudanças de cálculo, mas por uma regulação mais aberta a novos competidores.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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Victória Anhesini

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