Samarco informa encerramento da recuperação judicial: entenda o caso
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A Samarco Mineração S.A. anunciou, em 12 de agosto de 2025, que o processo de Recuperação Judicial foi concluído, um marco significativo após anos de dificuldades financeiras e operacionais desde o rompimento da barragem de Fundão, em 2015. A decisão foi homologada pela 2ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, com parecer favorável do Ministério Público de Minas Gerais. Este encerramento encerra um ciclo de reestruturação de passivos superiores a R$ 50 bilhões, envolvendo cerca de 10 mil credores.

Com a conclusão da recuperação, a Samarco agora está livre para expandir suas operações. A previsão é de que a companhia atinja 100% de sua capacidade produtiva até 2028, quando a produção de pelotas e finos de minério de ferro deverá alcançar 26 a 27 milhões de toneladas. Atualmente, a Samarco opera com 60% de sua capacidade instalada, e conta com cerca de 16,3 mil empregados diretos e contratados. O impacto dessa decisão vai além do aspecto financeiro, pois a empresa mantém o compromisso com a reparação dos danos socioambientais causados pelo rompimento da barragem de Fundão.
A trajetória da recuperação judicial da Samarco
O processo de Recuperação Judicial da Samarco começou em abril de 2021, com o intuito de reestruturar a dívida de R$ 50 bilhões, majoritariamente de natureza financeira. A Recuperação Judicial permitiu à empresa suspender ações individuais de credores, criando um ambiente controlado para negociações, ao mesmo tempo em que mantinha suas operações. A conclusão bem-sucedida dessa fase representa um ponto de virada crucial, permitindo à Samarco se reorganizar financeiramente e consolidar uma base sólida para seu futuro.
Como o juiz Murilo Silvio de Abreu destacou em sua decisão, “a manutenção desnecessária do estado de recuperação judicial compromete o acesso da empresa a crédito e captação de investimentos, prejudicando os planos de retomada das operações e a plena recuperação econômico-financeira.” A decisão foi tomada para reintegrar a Samarco ao mercado sem as limitações que a recuperação judicial impõe.
Além de sanar as pendências financeiras, a empresa afirma que segue comprometida com as ações de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. A companhia, que assumiu a responsabilidade por ações de compensação socioambiental, continua empenhada em cumprir os acordos com a Fundação Renova e outros stakeholders. “A conclusão bem-sucedida da recuperação judicial representa um marco importante na trajetória de reestruturação da empresa, permitindo o reequilíbrio econômico-financeiro e a consolidação de bases sustentáveis para seu crescimento”, destacou a nota da empresa.
Nota da Vale
A Vale (VALE3), que é uma das acionistas da Samarco, também celebrou o encerramento do processo. Marcelo Feriozzi Bacci, Vice-Presidente Executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, comentou: “Com a conclusão da Recuperação Judicial, a Samarco seguirá apoiando a entidade na busca contínua por melhores práticas disponíveis e por um desempenho de excelência.”
Confira o comunicado completo da Samarco, sobre o encerramento do processo, aqui.
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Com Estadão Conteúdo