Rumo (RAIL3) reverte prejuízo e lucra R$ 71 milhões no 1T23; ações disparam no Ibovespa

A Rumo (RAIL3) reportou lucro líquido de R$ 71 milhões no primeiro trimestre de 2023 (1T23). Segundo o relatório publicado na noite de ontem (4), o resultado foi impulsionado pela melhora das tarifas e margens. Com isso, a companhia reverteu o prejuízo de R$ 68 milhões registrado em igual intervalo do ano passado.

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Diante do bom resultado, as ações da RAIL3 figuram entre as maiores altas do Ibovespa hoje. Por volta das 14h, os papéis da companhia tinham alta de 5,03%, cotadas a R$ 20,90. Confira mais detalhes abaixo:

Cotação RAIL3

Gráfico gerado em: 05/05/2023
5 Dias

O Ebitda [lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização] da Rumo no 1T23 somou R$ 1,181 bilhão, alta anual de 17,8%, com margem Ebitda de 49,5%. Segundo a companhia, em bases comparáveis, em função da venda dos terminais T16 e T19 realizada no quarto trimestre de 2022, o crescimento foi de 26%.

A receita líquida da Rumo subiu 8% na comparação anual, para R$ 2,384 bilhões. A empresa registrou crescimento em todas as operações, sendo 5% na Operação Norte, 22% na Operação Sul e 15% na Operação de Contêineres.

Já o volume transportado ficou em 16,1 bilhões de TKU, 11% abaixo do primeiro trimestre de 2022. O resultado reflete “substancialmente eventos atípicos registrados no período”. Entre eles, o aumento da frequência de incidentes criminosos na região da Baixada Santista; atraso na colheita de soja e a interdição da Malha Paulista por sete dias.

“As maiores tarifas registradas no período compensaram a queda de volumes”, destaca o release de resultados. O preço consolidado da tarifa subiu 28% quando comparado ao primeiro trimestre de 2022, a R$ 138/TKUx1000, refletindo a maior competitividade do modal ferroviário, ainda segundo a companhia.

A alavancagem financeira da Rumo, medida pela dívida líquida/Ebitda, ficou em 2,2 vezes. No trimestre imediatamente anterior, era de 2 vezes. A dívida abrangente líquida somava R$ 9,8 bilhões no final de março ante R$ 9,106 bilhões em dezembro, alta de 7,9%.

O investimento total foi de R$ 928 milhões no trimestre, crescimento de 34%. O capex recorrente somou R$ 324 milhões, 31% acima dos três primeiros meses de 2022, em função de phasing de investimentos no ano passado.

Safra da Rumo

No balanço do 1T23, a Rumo ressalta ainda que, com relação à safra de soja em 2022/23, as projeções apuradas por consultorias especializadas apontam para uma safra recorde no Brasil de 156 milhões de toneladas produzidas, enquanto 95 milhões de toneladas devem ser exportadas.

A colheita já está praticamente finalizada, atingindo 92% da área cultivada na terceira semana de abril. Pelo lado da comercialização, apesar de cerca de 70 milhões de toneladas já terem sido comercializadas, o farmer selling ainda se encontra em 47%, cerca de 10 p.p. atrás da média de 5 anos.

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Quanto à safra de milho 22/23, as projeções indicam uma safra recorde de 126 milhões de toneladas no Brasil, e exportações de aproximadamente 49 milhões de toneladas, crescimento de 7% e 10% em relação à safra anterior.

Até o momento, as projeções indicam o início da colheita na segunda quinzena de junho nos estados da região Centro-Oeste. A comercialização ainda se mantém em níveis desacelerados, atingindo 19% da produção esperada, ante a 34% da safra anterior no mesmo período.

Preços fortes compensaram volumes fracos

Os resultados da Rumo no 1T23 também agradou aos analistas. Segundo o Goldman Sachs, embora os indicadores tenham sido impactados por questões pontuais do lado do volume, as receitas unitárias ficaram acima das expectativas.

“Além disso, como acreditamos que uma parcela significativa dos volumes da Rumo no segundo trimestre já está comprometida, esperamos que o bom desempenho de preços mostrado nos três primeiros meses do ano seja levado ao 2T23”, afirmam.

Diante disso, o Goldman Sachs mantém a classificação de compra para as ações da Rumo, com preço-alvo a R$ 22. O banco justifica a posição devido ao impulso de ganhos de curto prazo (preços fortes e volumes em recuperação), juntamente com uma avaliação “razoável” (8,8x 2023E EV/EBITDA e 11% de taxa de retorno).

Com informações do Estadão Conteúdo

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Janize Colaço

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