Robôs podem substituir 54% dos empregos formais no Brasil

Mais da metade dos empregos formais no Brasil estão ameaçados por robôs – mais especificamente, 54%. A informação consta num estudo inédito feito pelo Laboratório de Aprendizado de Máquinas em Finanças e Organização da Universidade de Brasília (UnB). Seus dados foram publicados nesta segunda (28) pela Folha de S.Paulo.

A pesquisa também informa que até 2026 seriam fechadas 30 milhões de vagas com carteira assinada, caso todas as empresas decidissem substituir seres humanos por robôs (ou seja, pela tecnologia já existente). O número leva em consideração a tendência de contratações para as ocupações mais ameaçadas.

O estudo avaliou as 2.602 ocupações brasileiras. Do total de trabalhadores com carteira assinada no fim de 2017, de acordo com dados do Ministério do Trabalho, cerca de 25 milhões (57,37%) de pessoas estavam em vagas com probabilidade alta (60% a 80%) ou muito alta (80%) de automação. Constam nesse grupo engenheiros químicos (96%), carregadores de armazém (77%) e árbitros de vôlei (71%), por exemplo.

O cálculo para o risco de automação nos próximos dez anos foi feito por meio de consulta a 69 acadêmicos e profissionais de aprendizado de máquina (“machine learning”, no inglês). Trata-se de um campo da inteligência artificial no qual máquinas conseguem descobrir soluções para problemas por conta própria, após serem alimentadas com dados iniciais e analisar decisões prévias.

Saiba mais: Facebook cedeu dados de usuários a gigantes da tecnologia

Risco médio por país

Probabilidade estimada de automação por ocupação:

  • Guatemala: 75%
  • Bolívia: 67%
  • Argentina: 65%
  • Europa: 59%
  • Brasil: 54%
  • Estados Unidos: 47%

As 15 ocupações de menor risco

Probabilidade estimada de automação por ocupação:

  • Engenheiro de telecomunicações: 0,38%
  • Psicanalista: 0,39%
  • Engenheiros de sistemas operacionais em computação: 0,47%
  • Conservador-restaurador de bens culturais: 0,58%
  • Analista de suporte computacional: 0,61%
  • Técnico de enfermagem: 0,84%
  • Estatístico: 0,96%
  • Agente de ação social: 0,98%
  • Médico oftalmologista: 0,98%
  • Artesão com material reciclável: 1,00%
  • Tecnólogo em gestão hospitalar: 1,35%
  • Gerente de recursos humanos: 1,37%
  • Perito contábil: 1,40%
  • Gerontólogo: 2,21%
  • Fonoaudiólogo educacional: 2,43%

As 15 ocupações de maior risco

Probabilidade estimada de automação por ocupação:

  • Taquígrafo: 99,55%
  • Torrador de café: 99,52%
  • Cobrador de transportes coletivos (exceto trem): 99,36%
  • Recepcionista de hotel: 99,13%
  • Cumim: 98,11%
  • Salgador de alimentos: 97,72%
  • Serrador de madeira: 96,17%
  • Mestre de galvanoplastia: 95,37%
  • Leiloeiro: 93,87%
  • Gerente de almoxarifado: 93,80%
  • Coletor de lixo domiciliar: 89,32%
  • Alinhador de pneus: 89,02%
  • Afiador de cutelaria: 88,38%
  • Carpinteiro de obras: 84,29%
  • Tingidor de roupas: 83,04%

 

Guilherme Caetano

Compartilhe sua opinião