Real mostra sinais de subvalorização da ordem de 15%, aponta IIF

Os modelos de precificação do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) divulgados nesta sexta-feira (17) apontaram para uma subvalorização substancial de real de 15%.

Desde o início do ano, com a pandemia do novo coronavírus, a moeda brasileira acumulou uma perda de 25% de seu valor contra o dólar estadunidense. A desvalorização do real é maior do que a da lira turca, de 13% no ano. Apesar disso, na contramão do real, o IIF enxerga uma supervalorização da lira da ordem de 10%.

A performance das moedas em 2020, nesse sentido, é “enganosa” pois ignora uma deterioração do do balanço de pagamentos da Turquia. O país registra um déficit em conta corrente crescente e a perdas de reservas internacionais do país.

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Conforme dados da instituição internacional, essa é a primeira vez desde o primeiro semestre de 2018 que o IIF registra um sinal de supervalorização significativa da moeda turca.

Real, por outro lado, está subvalorizado, diz IIF

Ao contrário da moeda da Turquia, os analistas do Instituto avaliaram que os ingressos líquidos de investimentos estrangeiros diretos (IED) mais do que cobrem o modesto déficit em conta corrente do Brasil no acumulado do ano.

“As perdas de reservas [brasileiras] são pequenas, principalmente quando vistos no contexto do grande estoque de reservas cambiais”, destacaram os analistas do grupo.

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O mercado brasileiro, com o real, está mais próximo de um “free float”, permitindo que o real absorva o impacto do choque da pandemia, avaliou o IIF. As perdas de reservas cambiais da Turquia, por outro lado, parecerem maiores, especialmente comparadas ao estoque de fevereiro. “O aumento da posição de swap cambial da Turquia é o principal impulsionador deste levantamento de reservas”, ponderaram os analistas.

Arthur Guimarães

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