Ransomware: EUA avaliam sanções para combater pagamentos de resgate em criptomoedas

O governo dos Estados Unidos está avaliando uma série de medidas, incluindo sanções, para combater os pagamentos em criptomoedas como medida de resgate após ataques de ransomware, informa o The Wall Street Journal. Com isso, o governo Joe Biden espera minar essa tendência em expansão, considerada uma crescente ameaça à segurança nacional pelos americanos.

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O Departamento do Tesouro americano planeja impor as sanções já na próxima semana, e emitirão novas orientações às empresas sobre os riscos associados à facilitação de pagamentos de ransomware, incluindo multas e outras penalidades.

O ransomware é um tipo software malicioso (malaware) utilizado por cibercriminosos para infectar um computador ou uma rede, bloqueando o acesso ao sistema e critpografando os dados, para sequestrá-los.

Especialistas concordam que pagar não é a melhor tática contra os ataques. Os criminosos podem repetir a ação, dobrar o preço do sequestro e aumentar o estrago no sistema de tecnologia da informação — podem tirar sites do ar, provocar instabilidade em aplicativos e roubar, além de dados pessoais de clientes, projetos das companhias.

De acordo com o Wall Street, o Departamento do Tesouro e as fontes se recusaram a especificar quais seriam os alvos das sanções. Mas, para interromper efetivamente as transações criptográficas ilícitas, o jornal afirma que o Tesouro precisaria direcionar sua punição às carteiras digitais que recebem as transações de resgate.

Outro possível alvo destacado seriam as plataformas criptográficas que ajudam a trocar um conjunto de moedas blockchain por outro para ocultar os culpados e as pessoas que possuem ou gerenciam essas operações.

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Espera-se que essas sanções selecionem alvos específicos, em vez de colocar na lista negra toda a infraestrutura de criptografia em que as transações suspeitas de ransomware podem ocorrer.

Para o final deste ano, são esperadas novas regras de combate à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, que buscarão limitar o uso de criptomoeda como mecanismo de pagamento em ataques de ransomware e outras atividades ilícitas.

Fontes disseram ao jornal americano que os ataques de ransomware neste ano se tornaram mais graves e representam uma séria ameaça à infraestrutura do país, tendo como alvos principais operadoras de energia, hospitais e bancos.

Risco para as criptomoedas

Com os hackers exigindo pagamentos em criptomoedas, os ataques geraram debates entre as fintechs e os legisladores sobre como proteger o mercado contra criminosos, terroristas e outros agentes mal-intencionados sem sufocar seu crescimento ou criar problemas de segurança nacional de longo prazo, diz matéria do Wall Street.

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Para ajudar a moldar o mercado, legisladores e reguladores estão elaborando novas regras, que incluem requisitos de relatórios para transações internacionais de criptomoedas e para transações realizadas fora das bolsas centrais.

As regras têm como objetivo aumentar a transparência. Alguns funcionários de segurança argumentam que as medidas impedirão transações de indivíduos que desejam que suas atividades ilícitas permaneçam ocultas. Mas outros debates já aparecem.

Sancionar uma troca de criptomoedas que lidava com pagamentos de ransomware, por exemplo, não só poderia interromper a capacidade da empresa de fazer negócios, mas também assustar outras plataformas de criptomoedas para evitar essas transações ou reforçar seus programas de conformidade, diz o jornal.

Sanções impostas pelo governo “provavelmente seriam projetadas para perseguir os próprios atores ilícitos dos ataques ransomware, não a criptomoeda ou a própria tecnologia, que é simplesmente o mecanismo de pagamento”, disse Ari Redbord, ex-funcionário de segurança do Tesouro, ao The Wall Street.

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Monique Lima

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